5 séries que valem a pena; e a hora das MTGs na música
Cinco dicas de séries para ver agora; o fenômeno das versões MTG no pop brasileiro; a "economia Taylor Swift"; e mais, nesta MargeM 238
Há algumas semanas, o crítico de TV do New York Times publicou um artigo em que dava umas pancadas nos criadores de séries. Basicamente, ele escreve que, após anos vendo programas inovadores, ousados e imprevisíveis, agora estamos em um momento em que as emissoras e as plataformas de streaming estão optando por investir no certo: sem arriscar muito, apostando em fórmulas já consagradas.
“Este não é um ensaio sobre como a TV está ruim hoje em dia. Pelo contrário. (...) O que temos hoje, em vez disso, é algo menos terrível, mas de certa forma mais triste: a disposição de recuar, de se conformar, de trocar o ambicioso pelo confiável.”
Tem a ver. Mas é um pouco o que rola na música: tem muita coisa medíocre? Sim, mas se sairmos um pouco das recomendações dos algoritmos e procurarmos um pouco, vamos achar bastante coisa boa.
Listo aqui cinco séries que acabei de ver (ou estou vendo) e que valem muito a pena.
O Simpatizante - Visual arrojado, trama nada óbvia, thriller de espionagem com toques de comédia. baseada no premiado livro de Viet Thanh Nguyen, esta minissérie ambientada nos EUA e no Vietnã imediatamente após a guerra é criação de Park Chan-wook, o mesmo dos excelentes filmes Oldboy e A Criada. Tem Robert Downey Jr. em vários papeis e o quarto episódio é dirigido pelo Fernando Meirelles. No Max (ex-HBO).
Acima de Qualquer Suspeita - É mais ou menos como Ripley: o romance inspirou um filme bacana, mas a série é muito melhor. Acima de Qualquer Suspeita rendeu um longa com Harrison Ford. Lembro que curti. Mas a série traz detalhes e nuances que não estavam no filme (como um assassinato ocorrido anos atrás e a relação familiar do personagem principal, entre outras). É mais detalhista, e ainda mais tenso. Inspirada em livro de Scott Turow, a minissérie está com três episódios no ar. Os outros cinco entram às quartas-feiras. Na Apple TV+.
O Clandestino - Série italiana meio noir temperada com um humor bem italiano. Depois de um ataque terrorista, um policial deixa Roma e vai para Milão. Ali, passa a investigar casos suspeitos para diversos clientes. Ao mesmo tempo, lida com os traumas que o atormentam. Na Netflix.
The Feud: Capote vs. The Swans - Uma das minisséries mais visualmente lindas a que assisti recentemente. Não é para menos: a direção de seis dos oito episódios é de Gus Van Sant. O segundo, o terceiro e o quarto são obras-primas (visuais e narrativas). A minissérie retrata a relação do escritor Truman Capote com um grupo de socialites (apelidadas de Swans, ou cisnes) de Nova York nos anos 60 e 70. Muito famoso à época por livros como A Sangue Frio, Capote é amigo íntimo das milionárias (interpretadas por Naomi Watts, Chloé Sevigny, Diane Lane e Calista Flockhart; há ainda as presenças de Demi Moore, Molly Ringwald e Jessica Lange), mas quando publica um trecho de um inacabado livro na Esquire, em que conta os podres das amigas (com nomes fictícios), a relação azeda. No Star+.
Constelação - Tem o espaço, tem astronauta, mas esta série vai além dos clichês da ficção científica. Noomi Rapace interpreta uma astronauta da Estação Espacial Internacional que, ao voltar à Terra, encontra um mundo que parece não reconhecer como deveria. A Apple TV+ seu sinal negativo para uma segunda temporada. Se não voltar atrás, será uma bola fora. Na Apple TV+.
Uma das músicas mais legais do último disco da Billie Eilish é Chihiro. Pela melodia fluída e o vocal quase sussurrado de Eilish são quase um convite para que produtores rearranjem a faixa.
Foi o que fez o mineiro Mulú. Ele soltou uma versão MTG para Chihiro. MTG é abreviação de montagem, termo que se popularizou após ser utilizado por produtores de funk de BH. Na prática, MTG é como um remix ou mash up.
A história toda (o que é MTG, como Mulú fez a faixa, a correria para tentar convencer Eilish a autorizá-la) foi bem contada aqui pelo G1. A CNN Brasil também fez matéria explicando a cena. E a Billboard idem. Ou seja, o MTG tá pegando no pop brasileiro.
Mais:
Se as MTGs estão em alta no Brasil, tem gente lá fora reclamando que os remixes (de house, techno, pop etc.) já não têm a relevância de anos atrás. Por causa da digitalização da música e do formato do streaming, o remix seria üma “arte que já morreu”.
A música pop pode impulsionar a economia, diz o New York Times, que publica reportagem sobre como a “economia Taylor Swift aterrissou na Europa”.
Em meio a um texto recheado por termos como “inflação persistente” e “corte de taxa de juros” , o jornal afirma que “A demanda criada pela Eras Tour por quartos de hotel e voos por toda a Europa pode elevar os preços que alimentam a taxa de inflação de cada país. Os Bancos Centrais são sensíveis até mesmo a mudanças mínimas nos dados enquanto tentam distinguir efeitos pontuais de efeitos duradouros”.
Esta MargeM, sabemos, é uma newsletter sobre entretenimento e cultura digital. Mas adoramos histórias absurdas sobre qualquer assunto. Como esta aqui, sobre como um cara no méxico criou uma rede para roubar bicicletas na Califórnia.
“Não faz muito tempo, o roubo de bicicletas era um crime de oportunidade - um puxão rápido, alguém usando uma chave de fenda em um cadeado frágil. Esses dias já eram. Os ladrões agora são mais habilidosos, ousados e prolíficos. Eles usam esmerilhadeiras portáteis e chaves de fenda elétricas de alta potência. Vasculham bairros em caminhões equipados com escadas, para roubar bicicletas caras de varandas no segundo andar.
Um designer de produtos que vive em um bairro rico do Vale do Silício me contou como, ao deixar a porta da garagem entreaberta por apenas uma hora em uma manhã de 2020, ladrões roubaram sua bicicleta personalizada de US$ 8 mil. Ele e sua esposa instalaram um sistema de alarme. Uma noite não muito tempo depois, quando o casal tinha fechado a garagem mas esquecido de ligar o alarme, ladrões arrombaram a porta e roubaram sua bicicleta substituta, e desta vez também a da esposa - US$ 26 mil em bicicletas perdidas em três meses. Agora, a bicicleta dela estava à venda numa página do Facebook.”
As imagens desta edição da MargeM são de Shin Noguchi, foram feitas em ruas pelo Japão e estarão em livro de edição limitada.
Um dos grandes nomes do funk, MC Hariel prepara novo disco. E um dos participantes será Gilberto Gil.
Acid Mothers Temple, Patife Band e Devotos são as bandas do Massarifest, que será montado em São Paulo em setembro.
Direito autoral é uma das minas de ouro da indústria da música. A Sony vai comprar o catálogo do Queen por US$ 1,27 bilhão.
“Mini-Bolívia” em São Paulo e paixão por k-pop inspiram autor em romance premiado.
Smartphones podem fazer mal ao sono? Sim, mas não por causa da luz azul da tela.
Homens que marcaram encontros por app gay são atraídos para emboscadas em São Paulo.
E se o seu “roommate ideal” for... um irmão?
“A triste e estúpida ascensão do macho sigma: como a masculinidade tóxica tomou conta das redes sociais.”
Como cortar uma cebola (com a ajuda da matemática).
Falando em histórias bizarras, já viu um documentário da Netflix sobre 2 pares de gêmeos que foram trocados na maternidade na Bolívia?