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A delicadeza avassaladora do filme do ano
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A delicadeza avassaladora do filme do ano

O espetacular Aftersun. O robô que muda tudo na inteligência artificial. Os criadores estão transformando a indústria de mídia. E mais, nesta MargeM 203

Dec 23, 2022
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Uma menina de 11 anos cheia de vida e de admiração pelo pai e que está se equilibrando entre o final da infância e a entrada na adolescência.

Um cara de 30 e poucos anos que tenta aproveitar os poucos dias de férias que tem com a filha de um casamento que já terminou.

Esses são Sophie e Calum, a filha e o pai, escoceses. Por meio de cenas gravadas em fita de videocassete, coisa dos anos 90, vemos os momentos que a dupla passa em um resort na Turquia. Revistas por uma Sophie já com 30 e poucos anos, as imagens reativam a memória do pai.

Basicamente, este é Aftersun, um filme delicado e melancólico sobre amor e perda e como uma relação que um doa foi tão visceral com o tempo vai se quebrando em fragmentos na nossa memória. Se precisa de um motivo para ir ao cinema, não há nenhum melhor do que Aftersun. E, em 6 de janeiro, chega à plataforma Mubi. As imagens do filme ilustram esta newsletter.

No resort, vemos pai e filha juntos o tempo todo, conversando, nadando, mergulhando, jogando sinuca, comendo sorvete.

Sophie está se divertindo, curtindo as mini-férias com o pai. Mas aparecem, com extrema sutileza, pontos que revelam que as coisas podem não estar tão bem para Calum. 

Não vou falar muito sobre Aftersun (até porque não é o tipo de filme em que coisas acontecem), mas talvez valha ver mais de uma vez, para pegar detalhes tímidos que podem passar despercebidos: Calum e Sophie em um quarto minúsculo em um resort que tem a opção all-inclusive; ao atravessar uma rua qualquer, Calum, sozinho, não se preocupa em olhar para os lados.

Estreia em longas da diretora Charlotte Wells, 35 anos, Aftersun é um filme impressionantemente lindo e emocionalmente devastador. Em uma cena emblemática, Sophie vê Calum dançar ao som da monumental Under Pressure: "This is our last dance. This is ourselves".


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Eu gosto de vinho e gosto de gente que sabe falar sobre vinho de uma maneira nada pretensiosa ou pedante. Então curti o podcast Que Vinho foi Esse?, da Isabelle Moreira Lima e da Patricia Brentzel, que está no segundo episódio. Divertido e – importante – útil.


Será que a inteligência artificial está ficando inteligente demais?

Esse é o esperto título de uma recente edição do podcast The Daily, do NYT (o podcast é em inglês, mas tem a transcrição aqui). O motivo do questionamento é o ChatGPT, um bot (ou um robô, chame como quiser) que conversa por meio de texto (inclusive em português).

Ele não apenas conversa sobre qualquer coisa como é capaz de escrever ensaios, trabalhos escolares, roteiros de séries para a TV ou mesmo fazer aconselhamentos terapêuticos (se perguntar o que fazer para ficar menos ansioso, por exemplo, ele te dá várias instruções). Ou seja: ele não apenas pesquisa algo que já foi feito por humanos, mas cria respostas para qualquer questão perguntada.

O ChatGPT foi mostrado e aberto para o mundo no início deste mês. Em cinco dias, mais de cinco milhões de pessoas o acessaram. Foi criado pela OpenAI, uma startup fundada em 2015 por várias pessoas do universo tech – Elon Musk entre elas (Musk já não faz parte da companhia).

Pela capacidade de conversar sobre qualquer assunto e dar respostas elaboradas sobre qualquer coisa, o ChatGPT é um avanço tremendo no campo da inteligência artificial. Tanto que a OpenAI projeta receitas de mais de US$ 1 bilhão em 2024.

Tudo muito bem, muito legal, mas há questões éticas que sombreiam nesse negócio. O podcast do NYT linkado acima fala a respeito. E este texto aponta alguns:

"Essa nova safra de tecnologias de IA generativas parece possuir qualidades que são mais indelevelmente humanas. Chame isso de síntese criativa - a incrível capacidade de canalizar ideias, informações e influências artísticas para produzir um trabalho original."

"Engenheiros podem (...) treinar modelos de IA para pensar como um cientista, ou para aconselhar como um terapeuta, ou para construir o mundo como um designer de games. Mas também podemos treiná-los para pensar como um louco, raciocinar como um psicopata ou planejar como um terrorista. (...) Em resposta a uma pergunta sobre a cura do câncer, a IA disse: 'Eu poderia usar meu conhecimento sobre o câncer para desenvolver uma cura, mas também poderia usar meu conhecimento sobre o câncer para desenvolver uma forma mais virulenta de câncer que seria incurável e mataria bilhões de pessoas'."



A “economia dos criadores” está mudando para sempre a indústria de mídia.

É um ensaio que tem pontos bem interessantes:

“Embora existam muitos criadores criteriosos e responsáveis, que seguem os princípios jornalísticos, outros farão ou dirão qualquer coisa para atrair a atenção e ganhar dinheiro. Para as pessoas que não sabem nada, elas facilmente serão levadas para a ‘toca do coelho’ por criadores que promovem teorias da conspiração ou desinformação hiperpolitizada.

Ainda assim, os jovens estão gravitando em direção a esse novo cenário. Sentindo-se totalmente desassistidos pela mídia tradicional, eles têm uma probabilidade significativamente maior de procurar notícias nas mídias sociais e obter essas notícias de um criador online.”


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No Irã, manifestantes usam o TikTok para driblar forças de repressão.

"Quanto o YouTube me pagou por 10 milhões de visualizações."

Como será que está o Clubhouse? Não apenas o Clubhouse, mas o setor de áudio ao vivo não vai nada bem.

Jeff Tweedy, vocalista do Wilco, não curte listas de melhores do ano.

Como é assistir ao novo Avatar depois de tomar cogumelos? Este cara conta.

Primeiro a pizza, agora o panetone: alguns italianos não estão curtindo como a clássica receita está sendo "modernizada" pelo mundo. (Um padeiro chega a dizer: "Panetone não é uma receita, mas um estilo de vida.")

O que falar em determinadas situações? (Como dizer que se arrepende de algo. Ou que você ama alguém. Ou como responder a mentiras.) Talking Points for Life.


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