A deliciosa e afiada série sobre o Spotify
Som na Faixa, a minissérie que conta a história do Spotify sob o ponto de vista de diferentes personagens. Inteligência Artificial na música, na literatura e nos podcasts. O TikTok busca novos mercados. E mais, nesta MargeM 195.
Em 2012, ele foi chamado pela Forbes de "o homem mais importante na música".
Em 2017, a Billboard cravou que ele era "a pessoa mais poderosa da indústria da música".
O cara em questão é o sueco Daniel Ek, hoje com 39 anos. Ele só virou essa figura hiper-importante porque, em 2006, criou o Spotify.
Como o CD lá atrás e, mais recentemente, o MP3 e o iPod, a plataforma de streaming obrigou a indústria da música a seguir por um caminho que não conhecia. (E, hoje, não apenas a indústria da música, mas do áudio em si.) No ano passado, esse mercado em que atuam Spotify, Deezer, Apple Music e outras gerou receita de US$ 12,3 bilhões, de longe a maior fatia do bolo da indústria fonográfica.
A história dessa ascensão – o início dela, na verdade – está bem contada na minissérie Som na Faixa (em inglês, The Playlist), que acaba de chegar à Netflix. É uma série ficcional baseada em um livro. São apenas seis episódios, e (excelente sacada) cada um é contado sob o ponto de vista de um personagem diferente. Entretenimento puro.
No primeiro episódio, chamado A Visão, quem comanda o jogo é Daniel Ek.
Um pós-adolescente geniozinho que fez fortuna ao vender a startup de publicidade digital que havia criado, Ek viu que o Pirate Bay, a plataforma de compartilhamento gratuito de torrents, estava virava um mastodonte de tráfego e, então, teve a ideia de criar um site que oferecesse arquivos de música gratuitamente aos usuários, mas com o pagamento aos artistas e gravadoras por meio de anúncios.
(Contexto: em 2006 a indústria da música estava em guerra contra os sites de torrent, a receita com CDs despencava e o iTunes, lançado em 2001, não era a salvação que muitos esperavam; plataformas de streaming, no geral, eram uma aposta no escuro; a Netflix passou a focar nessa área em 2007.)
Curiosamente, este primeiro episódio, justo com o cérebro por trás do Spotify, não está entre os mais empolgantes da série. O segundo (título: A Indústria) mostra a reação de um executivo de grande gravadora ao modelo de negócio do Spotify. Entendemos aqui os interesses que estão na mesa.
O terceiro (A Lei) tem como protagonista a advogada que suou para costurar os acordos de direitos entre plataforma e gravadoras. O quarto (O Programador) nos apresenta o cara que conseguiu arquitetar a plataforma, principalmente encontrando um jeito de fazer com que as músicas fosse tocadas quase instantaneamente, sem a demora de "carregamento". Alguns dos diálogos nestes dois são deliciosos (Daniel Ek: “Nós somos uma empresa tech. Não queremos estar na indústria da música. Não estou interessando em dar nada para eles”).
Já o sexto e último (A Artista) episódio chega a surpreender (principalmente no final).
Narrativa ágil, humor bem encaixado, ritmo de thriller, curta duração. Som na Faixa vale muito a maratona.
Bem, o Spotify ainda reina no streaming de música, mas a concorrência (Deezer, Apple, Amazon, Tidal) é pesada. E está entrando mais um gigante nesse mercado: o TikTok.
O TikTok não para. Está atraindo investimentos de publicidade em vídeos musicais. Para as marcas, virou a nova MTV.
E mais uma ação da plataforma chinesa: está planejando uma rede de logística e armazenamento nos EUA. Vai bater de frente com a Amazon.
O momento em que as máquinas vão compor canções inteiras está chegando: o Dance Diffusion é um algoritmo capaz de gerar músicas a partir de descrições. A história está aqui, e o Google também criou uma página colaborativa.
Já a NovelAI é um algoritmo que consegue criar textos diversos. Tem até um serviço de assinatura. ("Nossos algoritmos de inteligência artificial criam escrita semelhante à humana, permitindo que qualquer pessoa, independentemente da capacidade, produza literatura de qualidade.")
E pra terminar a seção inteligência artificial: PodcastAI. ("Um podcast que é inteiramente gerado por inteligência artificial. Toda semana, exploramos um novo tópico e os ouvintes podem sugerir temas ou até convidados e apresentadores para episódios futuros') No site, dá pra ouvir um podcast que cria uma entrevista do Joe Hogan com o Steve Jobs.
As imagens desta newsletter integram uma série da Hulett Collection que está em exibição nos EUA.
“Jesus é um menó de peita da Cyclone
Sabendo de cor um samba da Ivone
Canela cinzenta ligeiro com os homi
No corre de voar mais alto que um drone.”
As rimas são da excelente Jesus de Cyclone, faixa do Artelheiro que leva o rap e o funk para o terreno do samba, com o auxílio de cuíca, pandeiro e cavaquinho.
Como a estratégia sul-coreana que impulsionou k-pop e cinema pode inspirar o Brasil.
"Eles ouviam o que estava no rádio, Usher, Destiny's Child, Ludacris, e eu curtia o OK Computer." Esta é a Lizzo, que teve de esconder que gostava de Radiohead para não ser ser alvo de gozações dos colegas da escola.
Brasil perde influenciadores de investimentos, mas eles ganham seguidores e engajamento. ("Embora o número de influenciadores ativos e de volume de publicações tenha caído, o interesse das pessoas pelo assunto aumentou. O número de seguidores dos perfis avançou 3%, para 94,1 milhões, e o engajamento cresceu 19%, para 1,3 mil interações médias, medidas por curtidas, comentários e compartilhamentos.")
A Apple está virando um banco?
A realidade paralela do mercado de luxo em São Paulo e no mundo:
- Relógios de mais de 100 mil reais estão em falta nas lojas.
- Não há recessão: vendas da Dior e da Mercedes disparam.
Cannabis e esporte? A liga norte-americana de beisebol fechou acordo com uma empresa de canabidiol.
A Christie's lançou um site para a venda de obras em NFT.
LoFi. (Site/app em que dá pra escolher playlists pra relaxar, trabalhar ou dormir.)
No Japão, jovens vivem em apartamentos de 9 metros quadrados.
Se a sua ideia de felicidade é passar horas vendo cozinheiros da cidade de Osaka preparando diversos tipos de macarrão japonês, este canal do YouTube será o seu paraíso.
Voltei aqui pra agradecer a recomendação da minissérie sobre o Spotify, é excelente! A sacada do ponto de vista é genial, e ver como as coisas foram se desenvolvendo "por dentro" é demais!
Que música é essa do Artelheiro!