A Mubi e as novas séries que estamos vendo
O Estúdio, de Seth Rogen, é a surpresa do ano até aqui. E Legado Corrompido faz boa companhia à finada Succession
Este é o #261 da MargeM, uma newsletter que nasceu em 2019 e se transformou em uma plataforma de conteúdo. Estamos no Instagram, com posts sobre assuntos quentes, e no Spotify, em que montamos playlists com músicas que estão fazendo a nossa cabeça (e o coração).
“Nenhum consumidor hoje diz que quer mais conteúdo. A maioria dos consumidores está dizendo que quer conteúdos melhores.”
A frase é de JB Perrette, CEO e presidente de streaming global e jogos da Warner Bros. Discovery, durante apresentação ao mercado publicitário.
A empresa é proprietária da HBO, e há pouco decidiu mudar novamente o nome de sua plataforma de streaming: deixou de ser apenas Max para virar HBO Max.
Porque HBO é sinônimo de bom conteúdo. E, falando em bom conteúdo…
Séries e filmes que estamos vendo na MargeM:
O Estúdio (Apple TV+) - A melhor surpresa do ano. Não dava nada por esse série do Seth Rogen sobre um executivo de um estúdio de cinema e suas relações com os astros e os não tão astros do meio.
As Quatro Estações do Ano (Netflix) - Não é sempre que aparece uma série protagonizada por um grupo de adultos com mais de 40 anos e que nos entretém com dignidade.
O Eternauta (Netflix) - Demora para engrenar, mas esta série com o Ricardo Darin tem boas ideias em um clima distópico e desesperador.
Legado Corrompido (Netflix) - Pensa em Succession, mas ambientada na Espanha e menos frenética. Gostei.
Papai (Max) - A premissa do filme promete: uma mulher desembarca no aeroporto de Nova York e entra em um táxi. E engata uma conversa com o taxista. A falação começa bem, mas a sensação ao final do longa é que faltou algo ali.
“A Mubi, a jovem empresa independente de cinema que transformou A Substância em uma sensação no Oscar, tem suas origens em Tóquio, na véspera de Ano Novo de 2006, quando Efe Cakarel, então um cinéfilo turco que estava em férias, não conseguiu encontrar online uma cópia de Amor à Flor da Pele, de Wong Kar Wai. Frustrado, ele imaginou um site onde amantes de filmes independentes, como ele, pudessem assistir às melhores produções de cineastas internacionais via streaming. Cakarel começou a escrever o plano de negócios da Mubi ainda no voo de volta do Japão para San Francisco, pensando na plataforma como uma alternativa mais ousada e artística à Netflix.”
Este é o início desta excelente reportagem sobre a Mubi e seu fundador. A empresa é quase uma excentricidade em um cenário em que as plataformas de streaming cada vez mais se parecem umas com as outras, com investimento focado em produções que preferem ir no certo em vez de correr algum risco.
A Mubi, parece, quer incomodar as grandes. Já está com 20 milhões de assinantes em 190 países.
“Cakarel (...) quer revitalizar a cultura da ida ao cinema, criando um ecossistema que vai do streaming a publicações editoriais e aos cinemas de arte, oferecendo aos amantes do cinema a chance de assistir a obras visionárias e fora do comum que outros estúdios têm medo de produzir. Ao fazer isso, ele está intencionalmente criando uma comunidade global de cinéfilos que ficou negligenciada por tempo demais.”
O C6 Fest vai rolar neste sábado (24) e domingo (25) no parque Ibirapuera, em São Paulo. (A perna jazz do evento será nos dias 22 e 23).
Várias bandas legais vão tocar: Gossip, Wilco, Perfume Genius, o coletivo de Gana SuperJazzClub, Nile Rodgers/Chic, Pretenders.
Entrevistei duas atrações: uma já veterana (a francesa Air) e outra bem jovem (a inglesa The Last Dinner Party).
O Nicolas Godin, do Air, falou sobre os, digamos, benefícios de ser um popstar francês:
“Estamos completamente separados do mundo do show business. Poderíamos ter ido para Londres ou Los Angeles, mas aí teríamos virado uma banda normal. Ao ficarmos em Paris, não tínhamos ideia do que acontecia fora. Por isso, ficamos frescos e originais. Os nossos álbuns não seguem regras. Foram feitos sem pressão, só por diversão, porque tivemos uma vida legal em Paris. É como morar no Rio: você tem uma vida legal, não precisa de mais nada. Paris é assim. Por que ter uma carreira se você pode passar o dia todo no café conversando com os amigos? Por isso, nossa música é completamente livre de pressão comercial”.
Já a Abigail Morris, vocalista do Last Dinner Party, explicou por que a banda adora usar roupas que remetem à Era Vitoriana enquanto as letras falam de sexo e identidade feminista:
“Fazem parte da nossa identidade, tanto na estética visual quanto nas letras, elementos contrastantes que se inspiram uns nos outros. Desde que existe arte, o catolicismo é um ponto de referência temático, especialmente quando falamos de sexo ou identidade, porque muitas vezes são coisas que se opõem. Essa tensão cria algo artisticamente rico. Visualmente, somos muito atraídas por silhuetas vitorianas e peças de época. Achamos bonito e interessante”.
As entrevistas completas com as duas bandas estão no UOL. Aqui está a do Air. E aqui a do Last Dinner Party.
O Clap Your Hands Say Yeah fazia parte de uma certa cena de novas bandas baseadas em Nova York no início dos anos 2000, mas sua música era bem diferente da de LCD Soundsystem, Strokes ou TV on the Radio. Era mais roqueira e bastante influenciada por Talking Heads e Patti Smith. Faixas como Is This Love e The Skin of My Yellow Country Teeth fizeram muita gente dançar em clubinhos por aí.
A banda vem ao Brasil agora em 12 de junho, para tocar na íntegra o primeiro (e homônimo) disco. A apresentação será no Cine Joia, em São Paulo. Ingressos aqui.
O vocalista Alec Ounsworth deu uma entrevista em vídeo (com legenda em português) para falar sobre o show, sobre como é fã de Lou Reed (e até lembrou da ida a um jogo do Corinthians).
As fotos desta edição foram indicadas ao Photo London Nikon Emerging Photographer Award.
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Camp no Cinema é o nome do curso que o jornalista, curador e cineasta Duda Leite vai ministrar no MIS-SP. É presencial, entre 3 e 12 de junho, em duas terças-feiras e duas quintas-feiras, das 19h às 21h30, ao preço de R$ 180. Inscrições e infos aqui.
Em um negócio de US$ 6,4 bilhões, a OpenAI comprou a startup do Jony Ive, que por anos foi o responsável pelo design dos produtos Apple.
O streaming, os games e as redes sociais estão fazendo com que os jovens parem de comprar cerveja. Quem disse isso foi o CEO da cervejaria japonesa Asahi.