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A plataforma que criou o mundo digital como o conhecemos

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A plataforma que criou o mundo digital como o conhecemos

Oct 7, 2022
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A plataforma que criou o mundo digital como o conhecemos

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Economia da atenção, economia dos criadores, monetização de conteúdo, enfim, tudo foi impulsionado YouTube. A série Manhãs de Setembro. O infinito em um documentário. A Kelly Lee Owens. E mais, nesta Margem 194.


Foto de Lua Ribeira/Magnum Photos

Alguns números, para dar uma ideia do tamanho da história:

- 2,6 bilhões de usuários por mês (em comparação, o Facebook tem 2,9 bi/mês).
- Mais de 1 bilhão de horas de vídeo vistas a cada dia.
- Responsável por 25% do total do tráfego global de celulares.
- Entre 2012 e 2019, "a humanidade consumiu 130.322.387.624 minutos de vídeos do PewDiePie, de acordo com documentos internos da empresa. Durante esse período, Kjellberg (o PewDiePie) ganhou US$ 38.814.561,79".

A última info acima, incluindo as aspas, é de Like, Comment, Subscribe: Inside YouTube's Chaotic Rise to World Domination, que saiu no início de setembro lá fora. Bem escrito, muito bem pesquisado, é o melhor livro que li recentemente sobre tecnologia e cultura digital.

O autor, Mark Bergen, levou para a obra o que aprendeu em anos como repórter da Bloomberg: apuração minuciosa, checagem criteriosa de dados, entrevistas com o maior número possível de fontes que fizeram a história acontecer (para o livro, foram mais de 300).

Um livro sobre a história do YouTube. Por que isso não veio antes? Já temos livros sobre o Instagram (bem bom, por sinal), sobre o Twitter. O Facebook, além de livros, ganhou inclusive um filme que, para alguns, é o melhor da década passada. O YouTube, enquanto isso, corria abaixo do radar, mesmo com os números que vimos acima. Não só em relação aos números: como Bergen afirma, a plataforma "preparou o terreno para as mídias sociais atuais" e "nenhuma empresa fez mais para criar a economia de atenção online em que todos vivemos hoje".

A história do YouTube começa no início dos anos 00, quando três caras saídos do PayPal pensaram em criar um site que propagasse vídeos que fossem engraçados, algo informativos e, também, sexy. A ideia virou realidade em 2005. Deu muito certo, tanto que, um ano depois, o YouTube foi comprado pelo Google. (Já escrevi aqui na MargeM: foi a mais bem-sucedida aquisição feita por uma Big Tech.)

Bem, qualquer pessoa poderia colocar qualquer vídeo no YouTube ("conteúdo gerado por usuários", modelo de negócio que virou uma mina de ouro), e a plataforma explodiu em crescimento. No ano seguinte, 2007, a companhia passou a pagar alguns dos usuários mais populares. Começava ali o que hoje conhecemos por "creator economy".

O livro então acompanha toda a espantosa trajetória da empresa, com muitos dados, muitas histórias e muita informação. Diferentemente de outras redes que, por diversas razões, são descartadas por segmentos etários (jovens abandonaram o Facebook porque seus pais e avós estão ali; gente mais velha é reticente com o TikTok porque entendem que é uma rede para pós-adolescentes), o YouTube é acessado por todo mundo. De crianças e idosos.

Todo mundo está no YouTube porque tudo está no YouTube: dicas para quem é ultra-entendido em tecnologia, receitas de lasanha, gente fazendo barulho pra ajudar a dormir, notícias, programas esportivos, fofocas, animais fofos.

E, muito importante, o livro não é nada chapa branca. Bergen, inclusive, abre o prólogo do livro com um dos mais tristes episódios envolvendo o YouTube: o massacre ocorrido em duas mesquitas na Nova Zelândia em que o assassino transmitiu ao vivo, toda a ação, pelo YouTube. 

Assim como ocorre com Facebook, TikTok, Twitter, Spotify e tantas outras, a plataforma abre espaço (e muitas vezes impulsiona) conteúdos agressivos, extremistas, mentirosos, violentos e repugnantes. O livro contextualiza a questão – moderar e excluir esse tipo de conteúdo é, de longe, o principal problema da plataforma hoje.

Não poderia recomendar mais este Like, Comment, Subscribe. Se você quer entender como funcionam a economia dos criadores, a dinâmica da influência, a viralização de conteúdos, o nascimento de micro e macro celebridades, enfim, basicamente quase tudo o que envolve cultura digital, é preciso entender como funciona o YouTube. E este livro conta tudo isso.


Foto de Myriam Boulos/Magnum Photos

O que é o infinito? Como o nosso cotidiano é envolvido pelo infinito? São questões que poderiam motivar um debate impenetrável para quem não é especialista, mas estão didaticamente e divertidamente abordadas no excelente documentário Uma Viagem ao Infinito.

Com o auxílio de animações e linguagem pop, o documentário ouve filósofos, matemáticos e cientistas e, de repente, o infinito vira algo quase palpável.


Cassandra, uma cantora trans preta que adora as músicas da Vanusa e mora no Centro de São Paulo um dia dá de cara com uma mulher com quem teve uma relação. A cantora então fica sabendo que é mãe de uma criança de 10 anos.

O episódio muda completamente a vida de Cassandra. É a premissa da bela série Manhãs de Setembro, que acaba de ganhar uma segunda temporada.

O tema é tratado com sensibilidade e certo humor, e Liniker parece ter sido feita para interpretar Cassandra.


Adoro música pop, um refrão que te segura e não larga, mas curto muito bandas e músicas estranhas, que te levam para um passeio que te surpreende. É o caso aqui do novo disco da banda Novelty Act, The Doctor is Sick.

São apenas cinco faixas, mas uma tem mais de 14 minutos; outra, 11min; outra, 9min. É um passeio longo, mas diferente de qualquer outro.


Adoro tudo o que a Kelly Lee Owens faz. Este remix do Glass Animals não é exatamente novo (saiu há dois meses), mas ouvi numa rádio online poucas horas antes de montar esta newsletter e agora ele não sai da minha cabeça. Vai ficar na sua também.


Entrevista boa do Christian Bale, que está em Amsterdam.

Um trecho, em que o ator fala sobre o fato de que vários papeis que ele pegou tinham sido oferecidos, antes, a Leonardo DiCaprio:

"Até hoje, qualquer papel que alguém consiga é apenas porque ele o passou antes. Não importa o que alguém lhe diga. Não importa o quão amigável você seja com os diretores. Todas aquelas pessoas com quem trabalhei várias vezes, todas elas ofereceram cada um desses papéis a ele primeiro. Uma dessas pessoas realmente me disse isso. Então, obrigado, Leo, porque literalmente ele pode escolher tudo o que faz. Bom para ele, ele é fenomenal".


Foto de Sabiha Çimen/Magnum Photos

As imagens desta newsletter são da expo Close Enough: New Perspectives from 12 Women Photographers of Magnum.


A Apple afirma que sua plataforma de streaming já tem mais de 100 milhões de músicas. (O Spotify tem 80 milhões.)

Por que o ruído branco (white noise) virou hit na indústria da música.

Está rolando falta de ônibus de turnês nos EUA e, por isso, várias bandas não estão conseguindo excursionar.

A Meta está desenvolvendo uma nova ferramenta, Make a Video, que gera vídeos a partir de uma descrição em texto.

Cobiçado por TVs, Casimiro fecha nova parceria para transmitir o Campeonato Brasileiro na web.

Pornô e imagens sem consentimento: a "inspiração" podre das IAs pintoras.

Diz muito sobre o mercado de arte contemporânea: pinturas de um menino de 10 anos são compradas por até US$ 230 mil (cerca de R$ 1,2 milhão.

Além de Veneza, New Orleans e outras: Bangkok está afundando.

A Velma, personagem de Scooby-Doo, é lésbica.

Uma pequena câmera registra a sua altura, idade, sexo e como está o seu humor naquele momento. Então ela vai te oferecer as opções de pratos que ela acha melhor para você. Isso pode estar em restaurantes num futuro próximo.

Robôs estão fazendo pizzas. E batatas fritas.

Reservar hotel para dormir? O turismo do sono.

Kilogram. (Tipo um Instagram, mas em que cada imagem é compactada para 1 KB ou menos.)

Romania. ("Experimente a beleza crua da Romênia.")


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