A treta com nômades digitais e um rapper em terapia

Governos e empresas querem atrair nômades digitais, mas e a população local? O novo Killer Mike. 5 músicas e 1 livro para agora. E mais, nesta MargeM 210

mai 26, 2023

Quando a pandemia ainda estava em alta e a volta ao escritório parecia um cenário não apenas distante como inóspito, a ideia de pegar o computador e trabalhar passando um tempo em uma praia, um sítio, uma cidade ou um país qualquer fez a cabeça de muita gente.

O número de nômades digitais vem crescendo – já são 35 milhões no mundo. Os lugares que mais recebem esses viajantes são Cidade do México, Medellín, Lisboa, Chiang Mai e Bali. No Brasil, o destino preferido é o Rio de Janeiro.

Governos e empresas estão entusiasmados com essa nova maneira de movimentar a economia e criam meios para atrair essas pessoas. No Brasil, há um visto especial para nômades digitais - duração de um ano e é preciso comprovar renda de pelo menos US$ 1.500/mês.

Mas a equação tem uma variável que não está satisfeita com o resultado: a população local. Como explica esta excelente reportagem que foca bastante nos casos de Medellín e Cidade do México, os nômades digitais "incentivam a instalação de espaços de trabalho luxuosos, cafés sofisticados… e aumento no preço de aluguéis. As cidades saúdam o impulso econômico, mas os moradores reclamam que estão pagando o preço".

À beira dos 50 anos, com uma (tardiamente reconhecida) carreira de sucesso na música que o levou a virar chapa do Bernie Sanders e de outros políticos e personalidades importantes dos EUA, Killer Mike é uma das metades da explosiva dupla Run the Jewels e está lançando mais um disco solo. Chama Michael e tem tudo a ver com a terapia que começou a fazer.

"Não há nada de errado com muitas das inclinações que você tem devido a como foi criado. Mas você tem que chegar ao fundo de quem você é, para entender os porquês.”

NOTA PATROCINADA

O retorno às pistas da Shine a Light vai rolar finalmente nesta sexta! A esperta festa que já passou por clubes como Audio, Funhouse e PanAm desta vez toma conta do classudo Cineclube Cortina, no centro de São Paulo.

A noite será comandada por DJs como Mexicano (da dupla Roots Rock Revolution), Adan Stokinger (festa Caverna) e o residente Barça. No som, Yeah Yeah Yeahs, Blondie, Arcade Fire, Pixies e tudo o que cabe lindamente entre o indie e a disco.

Os ingressos pra festa desta sexta (dia 26) estão sendo vendidos por este site ou na porta do Cineclube Cortina (rua Araújo, 62, próximo ao metrô República).

5 Músicas (e um livro) pra agora - edição Brasil:

L’Homme Statue - Espírito Livre
Beats elegantes, começa com vocal em francês e termina com "Então sai da minha DM / Você nunca vai me prender".

Ema Stoned - Spirulina
Tipo um sonho que não deveria ter terminado.

Holger - Domingo de Sol
O sol cura tudo.

Sandhog - Accent (Renato Cohen remix)
Quando o techno encontra a disco, com um tempero de New Order.

Mahmundi - Brisa 22
Nos lembra que música romântica não precisa ter letra careta.

André Barcinski - Barulho - 30 Anos
Livro essencial sobre o rock independente que tomava conta da música pop no início dos anos 1990. Li à época e estou lendo agora. Edição caprichadíssima que traz 60 fotos inéditas. Dos melhores livros sobre rock já publicados no país.

As fotos desta newsletter estão entre as finalistas do Contemporary African Photography Prize.

Fazia teeeempo que não saía playlist da MargeM. Esta nova ficou (acho) especial.

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As IAs estão tomando conta de tudo. Até dos podcasts. (E o Spotify pretende usar vozes geradas por IAs em anúncios de podcasts.)

O YouTube Music também está tentando copiar o TikTok.

O mercado de médicos-influencers virou um negócio gigantesco na China – e está causando problemas.

“Ela era o oposto de uma diva.” Tina Turner por George Miller, diretor de Mad Max.

Recriando a bateria de R U Mine, do Arctic Monkeys. (Todo o excelente disco AM tem um som de bateria que beira a perfeição.)

Yayoi Kusama transformou a arte em uma selfie.

Se nas capitais Uber e 99 dominam o mercado de chamada de carros, na maioria das cidades do país esse serviço é feito por apps bem brasileiros, como Urbano Norte e Chofer 46.

Estratégias práticas que os pais podem usar com os filhos para mitigar os danos das redes sociais.

"Meu marido voa de primeira classe e me coloca na classe econômica. Isso é justo?". (Eu pediria o divórcio na hora.)

Como é perder uma luta de jiu-jitsu para o Mark Zuckerberg.

TrolleyProblem. (Divertido jogo sobre dilemas.)

It's-A-Door-Able. (Realmente adorável. Vale ir até o fim. E tem que ser num desktop)

The World Talks. (Não sei se a ideia é boa ou o convite para um pesadelo. A descrição: "Um programa de diálogo que vai conectar pessoas de todo o mundo para uma conversa 1:1 no dia 25 de junho de 2023. Para se inscrever, pedimos que todos os participantes respondam a 8 perguntas sobre questões controversas enfrentadas por todos ao redor do mundo, como mudanças climáticas, migração e igualdade de gênero. Ao final da fase de inscrição, iremos conectar todos os participantes com alguém de um país diferente que tenha respondido às perguntas de forma diferente. No dia 25 de junho, você e seu parceiro poderão combinar independentemente uma conversa totalmente privada e individual online em inglês".)

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