Celebridades executivas; executivas celebridades
Esta é a MargeM 166. Muitas celebridades estão virando executivas –refletindo um movimento inverso. Uma reflexão bem pessoal sobre o punk. O 11 de Setembro e Hollywood. E mais.
Não é algo novo, pelo menos no exterior, mas está rolando uma movimentação forte no Brasil de celebridades que estão investindo em uma carreira no mundo dos negócios. A Gama cita Taís Araujo, Marina Ruy Barbosa e Flávia Alessandra como alguns exemplos. A primeira lança a marca HotMamma; Alessandra aposta em um marketplace de moda.
"A criação de negócios ainda está muito associada ao universo masculino, à figura emblemática do ‘homem de negócios’. Quando vemos uma proximidade com o feminino, aquilo ganha notoriedade”, diz um professor da USP e da ESPM.
"Da mesma forma que vemos um processo de celebrização de gestores e donos de empresas, como a Luiza Trajano (Magazine Luiza) e a Cristina Junqueira (Nubank), é natural que o caminho inverso aconteça, uma espécie de mercadologização das celebridades.”
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Da americana NBC: "De Rihanna a Reese, mulheres artistas estão se transformando em donas de negócios".
"'Elas não desenvolvem apenas o talento –elas desenvolvem o estrelato', diz um especialista em branding."
Cesar MC - N*guin
O talentoso rapper capixaba acaba de lançar o primeiro disco. Tem participação de Emicida e, nesta faixa, do Djonga, em um verso impecável.
"O punk me ensinou a amar música me ensinando a odiar música também. Ensinou-me que a música pode causar divisão, pode inspirar afeto ou repulsa ou o desejo de descobrir quem é quem. Me ensinou que música era algo que as pessoas podiam discutir a respeito."
O 11 de Setembro e a reunião secreta entre o exército dos EUA e Hollywood.
Algumas semanas depois dos atentados, o alto comando do exército dos EUA se reuniu com algumas estrelas de Hollywood para discutir como os terroristas poderiam planejar novos ataques ao país. Estiveram presentes Oliver Stone, David Fincher, David Ayer, John Singleton, Spike Jonze, entre vários outros.
"Ninguém sabia o que esperar. Então, achei que valeria a pena pensar de maneira diferente a respeito do terrorismo. Perguntei se poderíamos reunir alguns voluntários da indústria do entretenimento e ver se eles poderiam criar roteiros que pudessem expor uma fraqueza em nossas capacidades de rede antiterrorismo da vida real. Foi uma oportunidade para nós aprendermos e para Hollywood ajudar", revelou um então general dos EUA.
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Em setembro de 2003, a Esquire publicou a espetacular reportagem The Falling Man (o homem caindo), que tinha como foco uma famosa foto que mostra um homem no ar logo após ter pulado de uma das torres em chamas. Aqui, a história de como essa reportagem foi feita.
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7 maneiras pelas quais o 11 de Setembro influenciou a cultura pop.
Pinterest, Instagram, YouTube: Como muitas editoras de moda estão deixando o mercado editorial para ocupar cargos em redes sociais e empresas do Vale do Silício.
"Para editoras que fizeram a carreira identificando as tendências mais quentes, (o mundo da) tecnologia oferece a chance de sentir que elas estão chegando ao início de algo, e não que estão num beco sem saída."
Coisas legais por aí
Tiny Desk - Little Simz. Vale muito ouvir o novo disco da ótima cantora britânica, Sometimes I Might Be Introvert. Dá pra sentir o que é o álbum neste Tiny Desk de 20 classudos e nervosos minutos.
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Ponto de Virada. Muita coisa em livros, filmes e séries está saindo agora para aproveitar os 20 anos do 11 de Setembro. Esta série documental vale a pena principalmente por relembrar como surgiu a Al-Qaeda, contrapor vozes contra e a favor da Guerra no Iraque e por revelar como os EUA falharam (às vezes de maneira absurdamente estúpida) na reconstrução do Afeganistão.
Loma - Going Out
Do you feel like going out tonight?/ Cause I think you’re gonna change tonight/ We’re going out, We’re going out tonight."
(Versão de uma música do dinamarquês Dinner.)
Saiu a playlist #24 da Margem. 13 músicas deliciosas que passam em rápidos 45 minutos.
Home Video, o recente disco da Lucy Dacus, "é uma obra-prima".
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A Jia Tolentino perfila a Caroline Polachek, ótima cantora que fez há poucos dias um show (sim, um show!!) para 6 mil pessoas que teve a participação da Charli XCX. "Polachek demonstra interesse na manipulação criativa: ela é tanto o mágico quanto a mulher que entra na caixa. Assim como amigas e colaboradoras ocasionais Charli XCX e Christine and the Queens, Polachek tem um espírito divertido voltado para o futuro em uma época em que muitas estrelas pop mais jovens –Lorde, Billie Eilish, Clairo– voltam-se para o retrô."
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A relação entre as plataformas de streaming e o afrobeat.
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"Vamos falar sobre a cena de sexo por telefone no novo livro da Sally Rooney?"
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Mario Vargas Llosa fala sobre o abuso sexual que sofreu de um padre, quando tinha 12 anos. "Me distanciei por completo da religião, mas garotos do meu bairro nunca se recuperaram."
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No fim das contas, Ted Lasso sempre foi uma série de TV sobre saúde mental.
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A GQ americana tenta entender como La Casa de Papel virou um fenômeno mundial.
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"Uma rede secreta de mulheres está trabalhando fora da lei e das instituições médicas para oferecer abortos domésticos seguros e baratos."
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Nova onda no TikTok: jovens (brancos) que fingem que estão sendo presos.
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O principal executivo do Tinder vai ser o novo CEO do Yahoo.
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Para o ano que vem, a Apple pretende aumentar significativamente a produção de novos programas de TV e filmes: pelo menos um por semana (mais do que o dobro atualmente).
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A psicologia do dinheiro. "A maneira de gerir nosso patrimônio, pouco ou muito, fala de como somos. As experiências que tivemos em nossas primeiras décadas de vida nos condiciona."
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Trapaça acadêmica: "Se um estudante em Londres ou Nova York acessa a internet para pagar alguém para fazer sua redação, é provável que o trabalho acabe sendo feito por alguém no Quênia".
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As melhores cidades do mundo em 2021. (Spoiler: São Paulo aparece na 31ª posição.) É uma lista beeeem diferente desta aqui, das "melhores cidades para viver".
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A missão de uma mulher para reescrever a história nazista na Wikipedia.
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O escritor Anthony Veasna So morreu em 2020, aos 28 anos. Pouco antes, ele escreveu um ensaio em que relembra a amizade com um grande amigo –que morrera um ano antes. Sobre amizade, luto, amadurecimento e amor à música, especialmente à banda Pavement. Lindo.
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Uma fonte inspirada na geometria do M.C. Escher.
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"Virei vegana por amor. Não farei isso de novo."
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A partir apenas da primeira linha de romances conhecidos, como uma inteligência artificial continuaria as histórias?