Chegou o momento: creators faturam mais do que empresas de mídia
Receitas dos criadores deve crescer 20% apenas neste ano. E uma reflexão: "Todo mundo que eu conheço está preocupado com o trabalho".
Este é o #263 da MargeM, uma newsletter que nasceu em 2019 e se transformou em uma plataforma de conteúdo. Estamos no Instagram, com posts sobre assuntos quentes, e no Spotify, em que montamos playlists com músicas que estão fazendo a nossa cabeça (e o coração).
Vamos a esta edição!
Neste ano, os creators devem ultrapassar a mídia tradicional em receita publicitária.
A previsão é da WPP Media (que faz parte da WPP, o maior grupo publicitário do mundo).
Pela primeira vez, conteúdos gerados pelos usuários (vídeos, posts e podcasts, por exemplo) em plataformas como YouTube, TikTok e Instagram vão atrair mais receita publicitária do que o conteúdo produzido por tradicionais empresas de mídia.
Espera-se que os criadores de conteúdo vejam sua receita com anúncios, parcerias de marca e patrocínios crescer 20% neste ano. A previsão é que esse valor mais do que dobre, chegando a US$ 376,6 bilhões até 2030.
Esse salto na receita publicitária dos creators assustou gente do mercado.
“Douglas McCabe, CEO da Enders Analysis, disse que a velocidade da transição surpreendeu a indústria. ‘Vimos uma enorme mudança cultural em um período muito curto. A receita publicitária seguiu esse padrão. A mídia tradicional agora enfrenta um enorme desafio para comunicar claramente o valor de seus padrões editoriais, reportagens baseadas em fatos e produção regulada’.”
Começou mais uma edição do In-Edit Brasil, festival de documentários que têm a música como tema principal. É o 17º ano desse evento que já faz parte do bom calendário cultural de São Paulo. O encerramento é no dia 22.
Alguns dos filmes que quero ver são:
→ It Was All a Dream;
→ Pauline Black: A 2-Tone Story;
→ Anos 90: A Explosão do Pagode;
→ Butthole Surfers: The Hole Truth And Nothing Butt;
→ Goiânia Rock City (no dia 20, haverá exibição do filme mais shows das bandas Violins, MQN, Black Drawing Chalks e Hellbender, tudo no Cine Joia);
→ Peaches Goes Bananas;
→ We Are Fugazi;
→ Ave Sangria, a Banda que Não Acabou;
→ Hardcore 90;
→ En La Caliente — Tales Of A Reggaeton Warrior.
A programação completa pode ser vista aqui. E, além das salas de cinema, há exibições online.
Ouvindo:
São seis faixas criadas a partir de percussões e elementos eletrônicos que formam uma espécie de transe sinfônico que te pega pela mão. Incrível.
If I Had a Boat - Kieran Hebden e William Tyler
Uma das músicas mais legais que ouvi em 2023 foi Darkness, Darkness, de Kieran Hebden e William Tyler.
Hebden é mais conhecido como Four Tet, produtor e DJ que faz tanto coisas bem experimentais como divide sets com o superstar Skrillex. Tyler é músico que já passou por bandas como Silver Jews e tem uma elogiada carreira solo.
A dupla retorna para um novo disco (sai em setembro). A primeira faixa a ganhar o mundo é esta, If I Had a Boat, que na verdade é um cover de Lyle Lovett. Uma linda viagem sonora de 11 minutos de duração.
Já viu Mountainhead, filme do Jesse Armstrong (mais conhecido como criador de Succession)?
Está no Max e é uma sátira ao mundo dos bilionários das big techs. Gostei especialmente da primeira metade, porque a parte final é meio absurda demais. (Mas será que é tão absurda assim?).
Este artigo entrega: “Os executivos de big tech que inspiraram Mountainhead”.
Não conhecia o 4 Columns, site com críticas de arte, cinema, música e mais. Comecei a ler por esta análise aqui, sobre a autobiografia do Jon King, vocalista do Gang of Four.
“Todo mundo que eu conheço está preocupado com o trabalho.”
“O que percebo em tantos posts angustiados no LinkedIn é um descompasso entre o mundo em que as pessoas achavam que estavam e o mundo em que realmente estão. Elas parecem chocadas ao perceber que empregos, empresas e setores que deveriam oferecer tanto sentido quanto segurança não cumpriram sua parte do acordo.”
As imagens desta edição estão na expo Teatro Experimental do Negro nas Fotografias de José Medeiros. A mostra reúne cerca de 110 itens, entre fotografias e documentos, e joga luz sobre a colaboração entre o Teatro Experimental do Negro e o fotógrafo José Medeiros (1921-1991). Em cartaz no Tomie Ohtake.
Para celebridades, o Instagram se tornou um surpreendente meio para paquerar.
Exaustão com apps de namoro faz plataformas e usuários investirem em conexões offline.
“O hardcore pode sobreviver à popularidade?”. (É um artigo do Kelefa Sanneh, que já falou com a MargeM, puxado pelo sucesso da banda Turnstile.)
Um ranking com os 16 discos do REM.
“Acho que o meu filho é gay. Devo conversar com ele sobre sair do armário?”.
O bom gosto, pelo ponto de vista do design: “O que é bom gosto? É algo normalmente confundido com preferência pessoal, mas é mais do que isso — é (ter) um instinto treinado. A habilidade de ver além do óbvio e reconhecer o que o eleva. (...) Então, a verdadeira pergunta é: como você treina esse instinto?”.
“A Meta já sabe muita coisa sobre você. A OpenAI vai saber ainda mais. Se é que já não sabe.”