Empresas de inteligência artificial agora querem contratar poetas
Desenvolvedores de IAs estão atrás de poetas e romancistas; os influencers de previsão do tempo; a bio do Elon Musk; e mais, nesta MargeM 224
As inteligências artificiais conseguem chegar perto da criatividade humana? Por enquanto, estão bem longe disso. Mas já há esforços em curso para tentar diminuir essa distância.
Poetas, escritores de ficção e até dramaturgos estão sendo procurados por desenvolvedores de inteligência artificial. Por quê? Para escreverem histórias ficcionais, geralmente curtas, que possam ser utilizadas para treinar as IAs e melhorar as respostas que fornecem, principalmente aquelas que envolvem textos criativos, narrativos ou até letras de canções.
Além de criar novas histórias, os escritores que estão sendo contratados avaliam a qualidade literária dos conteúdos gerados pelas IAs.
Não apenas gente com inglês nativo está sendo contratada. Japonês e hindi são outras línguas que estão na mira dos desenvolvedores.
Por um lado, as empresas de IA sabem que a geração de textos literários de alta qualidade pode aumentar a credibilidade de seus produtos. E o trabalho de escritores especializados ajuda a preencher uma lacuna linguística, pois muitos modelos de IA são treinados principalmente em inglês.
Mas há diversos pontos que levantam discussão. Um deles:
Essa oportunidade é um trabalho sustentável para os escritores?
Bem,. alguns deles definitivamente acham que não. Um grupo de escritores, entre eles Jonathan Franzen e George R. R. Martin, está processando a OpenAI, com a alegação de que o ChatGPT rouba seus trabalhos.
Na indústria da música, o alcance das IAs é assunto quente. Além das leis que regem o direito autoral, há ideias de ampliar a legislação para proteger a "semelhança" (likeness, em inglês) entre a criação de uma IA e um artista humano.
"Para muitos profissionais da indústria musical, existe um campo jurídico mais promissor: regras que protegem contra o uso não autorizado da semelhança de alguém. Essa abordagem contorna questões complicadas sobre como a lei de propriedade intelectual deve ser aplicada ao trabalho gerado por IA. (...) E, de certa maneira, essa abordagem vai ao centro das preocupações de muitos artistas: o fato de alguém estar fazendo imitações sem o seu consentimento."
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Revista Gama: Produtores e um advogado falam sobre as possibilidades e os limites das IAs na música.
Você está preparado para os influenciadores de previsão do tempo? Na Índia, virou uma área popular e bem lucrativa. Diferentemente dos serviços comuns de previsão meteorológica, esses influencers focam no clima em micro-regiões. Coisa hiperlocal.
"Uma rede de jovens 'influenciadores meteorológicos' em toda a Índia passou a a prever o tempo para cidades, aldeias e até bairros específicos – e depois compartilham atualizações em redes sociais ou grupos de WhatsApp. Alguns até ganharam reconhecimento governamental."
O exclusivíssimo restaurante dinamarquês (que já foi eleito o melhor do mundo) vai fechar as portas no final de 2024. Há
O tom do texto: "A exclusividade nem sempre é ruim, desde que você possa excluir as pessoas certas."
E: O que os restaurantes precisam fazer para ganhar uma estrela Michelin? Vale a pena?
Saiu há pouco a biografia do Elon Musk escrita pelo Walter Isaacson.
Isaacson é um escritor que se consagrou ao publicar biografias de nomes como Albert Einstein, Leonardo Da Vinci, Steve Jobs, entre outros.
Entre as várias críticas que li da biografia de Musk, esta do Guardian é das mais ácidas. Um pequeno trecho:
"Para dar crédito a Isaacson, ele é um mestre em encerrar capítulos, interrompendo a narrativa quando um dos foguetes de Musk explode ou quando ele engravida alguém, e depois recompensa o leitor com uma série de fotografias que aliviam o tédio até a próxima incursão na vida selvagem, porém estranhamente previsível, de seu protagonista. A culpa não é totalmente do autor. Passar de Einstein para Musk em apenas cinco livros certamente indica que a humanidade não está enviando os melhores materiais para Isaacson."
Mais sobre o livro:
Vox - "Biografia de Elon Musk faz as perguntas erradas; Elon Musk emerge como um homem insensível e amante do caos, sem empatia".
New Yorker - Como Elon Musk foi de Super-Herói para Super-Vilão.
AP - "'Elon Musk' oferece um retrato revelador, mas não surpreendente, do magnata da tecnologia".
Folha - "Biografia de Elon Musk o pinta de médico do mundo e monstro como pessoa".
Veja - "Gênio indomável - as revelações da mais completa biografia de Elon Musk".
"Sou jornalista musical desde meados da década de 1980 e uma coisa que posso dizer com confiança é que o comportamento das pessoas nos shows tornou-se objetiva e visivelmente pior ao longo do tempo", escreve o jornalista britânico Simon Price.
Ele argumenta que, antes, havia algumas "regras não escritas" que eram seguidas por quem ia a um show. Hoje, parece que muita gente não está nem aí.
"A maioria dessas convenções simplesmente se enquadra na rubrica abrangente 'Não seja um idiota egoísta'. No entanto, ser um idiota egoísta está na moda."
As imagens desta MargeM são de Margaret Murphy, cujo trabalho “explora temas de feminilidade, a complexidade do olhar sobre as mulheres, a mercantilização da identidade e a influência das redes sociais na fotografia”. Aqui e aqui.
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