O nosso 2024 em filmes, séries e músicas
Entre as coisas legais que vimos e ouvimos no ano, estão Judeline, Doechii, Ben Reilly, Não Diga Nada, Conclave e muito mais. Esta é a MargeM 249
Como foi o seu 2024?
Se você me perguntar, a resposta vai ser “depende”. Uma das metades dele foi como uma maratona disputada na chuva, com vento contra e buracos na pista. A outra foi um passeio na praia sob um sol macio e com um sorvete na mão. Tudo certo.
E como foi o 2024 na música, no cinema e nas séries, alguns dos assuntos que são a razão desta MargeM existir? Depende. Na música e nas séries, foi um ano excelente. No cinema, nem tanto.
A lista abaixo é tipo um “melhores do ano” do que a gente viu, ouviu e sentiu, sem nenhuma ordem particular.
Filmes
Conclave - Intrigas dentro do Vaticano. Tem como não gostar?
Jurado nº 2 - É melhor do que os últimos filmes do Clint Eastwood, o que diz muito sobre os últimos filmes do Clint Eastwood.
A Substância - Talvez o mais desesperador e surpreendente filme que vimos em 2024.
Cena de A Substância - foto divulgaçã As Três Filhas - Três irmãs bem diferentes entre si têm de passar um tempo juntas para cuidar do pai muito doente. Sensível sem cair na pieguice.
Ainda Estou Aqui. De 0 a 10, dou 7,5 (não gostei de algumas partes, no início e no final, que me pareceram emotivas demais.)
A Semente do Fruto Sagrado - Também como Ainda Estou Aqui, é um dos pré-candidatos ao Oscar de filme estrangeiro. E também como Ainda Estou Aqui, só não ganha mais do que 7,5 porque o diretor pesa demais a mão em certos momentos. (Outro que deve estar entre os que disputam essa categoria no Oscar é Emilia Pérez. A premissa dele até que é boa, mas 1) o formato musical e 2) os personagens caricaturais demais acabam com o filme.)
Os Rejeitados - Expectativas (boas) foram atendidas.
Segredos de um Escândalo - Um tema (adulto que se envolve romanticamente com adolescente) tratado de forma inusitada.
Rebel Ridge - Um filme de ação com roteiro nada óbvio.
Séries
Não Diga Nada - Melhor série (minissérie, na verdade) que vi neste ano. Sobre a luta do Exército Republicano Irlandês (IRA) pela independência da Irlanda do Norte. Baseada em um livro do Patrick Radden Keefe, não faz panfletagem, não pega leve com nenhum dos lados. Roteiro impecável, atuações acima da média e desenrolada em ritmo de thriller.
Cena de Não Diga Nada - foto divulgação The Agency - Baseada numa série francesa, com Michael Fassbender, Jeffrey Wright e Richard Gere. Adoro histórias de espionagem, e esta é bem boa.
Slow Horses - É incrível como esta série melhora a cada temporada.
Get Millie Black - Criada e escrita pelo Marlon James, autor do espetacular livro Breve História de Sete Assassinatos. Sobre uma policial jamaicana que deixa a Inglaterra e volta para a terra natal. Ali, tenta se aproximar da irmã trans e descobrir o paradeiro de uma menina que desapareceu. A câmera nos leva por uma Jamaica que não costumamos ver na TV.
Irracional - Um apresentador de TV (negro) testemunha um assassinato brutal (de um supremacista branco) e é acusado pelo crime. Das boas produções da Netflix no ano.
O Dia do Chacal - O roteiro tem buracos (e o último episódio é apressado demais), mas a série diverte bem.
Industry - Comecei a ver a primeira temporada e desisti depois de dois ou três episódios. Não curti (pareceu meio bobinha demais) e pulei fora. Mas nos últimos meses vi várias pessoas que considero falarem muito bem da terceira (e final) temporada. Então voltei a ver e, sim, a série melhora bastante. Vale.
Slip - Esta é de 2023, mas vamos fingir que saiu neste ano. Uma mulher meio entediada com o casamento acaba transando com um cara X e... entra em uma realidade paralela em que ela está casada com esse cara X. O tom é leve e cômico. O título desta entrevista com a criadora e atriz principal resume tudo: “Zoe Lister-Jones encontrou o multiverso na sua vagina”.
After the Party - A mais tensa minissérie do ano. A história se desevolve a partir do momento em que uma mulher vê (ou pensa que vê) o marido abusar de um jovem na cama.
Feud: Capote vs the Swans - Sobre a relação de Truman Capote com um grupo de socialites de Nova York. Fantasticamente bem filmada (vários dos episódios são dirigidos pelo Gus Van Sant) e com direção de arte impecável.
Cena de Feud - foto divulgação
Música
Discos nacionais
Abaixo do Radar - Febem e Cesrv
Bacuri - Boogarins
Taurus, Vol. 2 - Duquesa
Não Leve a Mal - Pluma
4x4 - MU540
Guabiraba Chicago - Paulete Lindacelva
Yopo - Nego Gallo
Rela - Negro Leo
Perpétuo - Black Pantera
Documentário - Kamau
Estes acima foram os que mais gostei no ano. Abaixo, outros que curti muito.
Sonhos que Nunca Morrem - Adorável Clichê
Coisas Estranhas - Exclusive os Cabides
Maria Esmeralda - Thalin, Cravinhos, Leo VCR, Pirlo e iloveyoulangelo
Y'Y - Amaro Freitas
27 - Raça
Fala - Teto Preto
333 - Matuê
Ritmo Freak - Zopelar
Tudo Tão Certo - Alê Sater
EP 01 - Paira
Queridão - Anderson do Paraíso
Lampião Rei - Papangu
Beleza tem Cura - El Presidente
Canhoto de Pé - Thiago França
Click Clack - Forgotten Boys
Sexto Sentido - MC Luanna
Discos internacionais
Bodhiria - Judeline (este talvez tenha sido o mais surpreendente para mim. Fantástico disco de uma espanhola que parece o encontro entre Rosalía, Bjork e Arca. Disco espetacular.)
A cantora Doechii - foto divulgação Alligator Bites Never Heal - Doechii
Drop 7 - Little Simz
No Name - Jack White
Endlessness - Nala Sinephro
The Last Dinner Party - Prelude to Ecstasy
Brat - Charli XCX
Musow Danse - Les Amazones d'Afrique
Too Cold To Hold - Warmduscher
Dreamstate - Kelly Lee Owens
Estes acima foram os que mais gostei no ano. Abaixo, outros que curti muito.
Romance - Fontaines DC.
Diamond Jubilee - Cindy Lee
If I Don’t Make It, I Love U - Still House Plants
Lives Outgrown - Beth Gibbons
I Lay Down My Life for You - JPEGMAFIA
Patterns in Repeat - Laura Marling
Músicas nacionais
Caju - Liniker
Lemon Key - Renato Cohen
144 - Raça
Fala - Teto Preto
Preciso Ir - Paira
Quando Eu Tô Perto - Pluma
Guabiraba Itaquera - Paulete Lindacelva e Badsista
Got to Please - Negro Leo
Aonde Mais - Adorável Clichê
Ben Reilly - foto divulgação
Músicas internacionais
Osborn Park - Ben Reilly
2 Hot 4 Thiz - LYAM
Mother - Girl and Girl
Big Dreams - Amyl and the Sniffers
Run It - clipping.
Daylight Song - Wu-Lu
Set it Off - OneDa
John Grant - Linda Thompson (Não apenas esta música é ótima como ela tem uma história curiosa. A Linda Thompson sofre de disfonia espasmódica, o que a impossibilita de cantar. Ela então decidiu chamar várias pessoas pra cantar suas composições no disco Proxy Music. Uma delas é o John Grant, que canta justamente uma faixa chamada John Grant, que tem uma letra que fala bastante sobre coisas que aconteceram na vida do John Grant.)
Iséo - Violence Gratuite
If Our Love Is Dead - Royel Otis
Mood Swings - Little Simz
Method Actor - Nilüfer Yanya
La Sangre del Pobre - Alcalá Norte
Coco - Niska et Ninho
Diabolo Grenadine - Jäde
The Feminine Urge - The Last Dinner Party
Shadow - Mandyspie
Starbuster - Fontaines DC
How We See The Light - John Cale
blunt subconscious - untitled halo
Golden God - Yung Lean e Bladee
Vas-y Le Chat - Emperor Machine e Severine Mouletin
Todas as músicas lindas estão nesta playlist linda aqui da MargeM:
⚡️⚡️⚡️A MargeM é uma newsletter sobre cultura digital e entretenimento que, toda semana, alcança milhares de pessoas com análises, entrevistas e links relevantes. Para ações e parcerias, entre em contato pelo email margemnewsletter@gmail.com. ⚡️⚡️⚡️
→ Autor do livro Do Vinil ao Streaming: 60 Anos em 60 Discos, o Daniel Setti fez a playlist 50 Sons de 2024.
→ Impressionante isso aqui: "Um século de detritos humanos, visualizado".
→ A (ótima) recuperação da Barnes & Noble.
→ O futuro das livrarias? No Japão, qualquer pessoa pode alugar uma prateleira em uma loja para vender livros.
→ A ascensão de uma “contracultura musical anti-algoritmo”.
→ “Comecei a cantar em uma banda de rock aos 50 anos – e descobri que isso pode melhorar a saúde do meu cérebro.”
→ “O ano em que o desejo feminino se tornou mainstream.”
get Millie black é perfeita demais, até a abertura e a trilha da abertura são perfeitas