O novo forró; ex-militares no Airbnb e o bilionário do Telegram
Esta é a MargeM 155. O novo forró eletrônico, do DJ Ivis e do Zé Vaqueiro, é um fenômeno de audiência no Brasil. Pistas de dança e museus. A equipe de ex-militares e agentes da CIA que trabalha para o Airbnb. Um perfil do misterioso bilionário russo que comanda o Telegram. E mais.
Como surgiu o forró eletrônico? Como virou uma música de massa no Brasil? O compositor, produtor, tecladista e cantor DJ Ivis (autor de hits de Zé Vaqueiro e Tarcísio do Acordeon) explica muito bem neste vídeo de oito minutos produzido pelo repórter Lucas Brêda. Ivis traça a trajetória do forró desde Gonzagão até a mega-dupla Barões da Pisadinha.
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Um dos mais populares nomes da música brasileira é o pernambucano Zé Vaqueiro, que leva um romantismo todo próprio ao forró. Neste perfil feito pelo repórter Rodrigo Ortega, Vaqueiro conta que curte tanto Gonzagão quanto Michael Jackson. No final de maio, era o segundo artista brasileiro mais ouvido no YouTube –atrás apenas do DJ Ivis.
Com a pandemia, museus abriram espaço para a cultura clubber, e clubes passaram a aturar como galerias. Na foto acima, uma instalação sonora no cultuadíssimo Berghain, de Berlim.
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A ótima história do Lov.e club, que completaria 23 anos e foi casa de gente como Marky, Mau Mau, Renato Cohen e Eli Iwasa, entre muita gente legal. “Música quente, dança fervorosa e noites intermináveis.”
Qual é o tamanho do streaming?
A Nielsen lançou nos EUA uma ferramenta que vai medir a audiência das plataformas, assim como a das TVs aberta e a cabo. Os primeiros dados, divulgados na quinta (17), mostram o streaming bem forte: responsável por 26% do tempo consumido (Netflix e YouTube com 6%, Hulu com 3%, Prime com 2%, Disney com 1% etc.); a TV aberta ficou com 25%. Mas o cabo ainda reina, com 39%.
(Comparação: em 2019, a fatia do streaming era de apenas 14%.)
Modest Mouse - The Sun Hasn’t Left
Porque precisamos de música otimista.
O Airbnb tem uma equipe de ex-militares e agentes que trabalharam na CIA para lidar com os estupros e mortes que ocorrem nas casas que aluga.
"Pela sua importância, a equipe de segurança permanece envolta em sigilo. Os especialistas chamam de 'caixa preta'. Mas oito ex-membros e 45 outros atuais e ex-funcionários do Airbnb familiarizados com o papel da equipe forneceram um raro vislumbre de suas operações e lutas internas. O trabalho, dizem os ex-membros da equipe, é estressante, equilibrando os interesses frequentemente conflitantes de hóspedes, anfitriões e da empresa. 'Houve situações em que tive de desligar o telefone e chorar', relembra um ex-agente. 'Isso é tudo o que você pode fazer'."
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A Amazon que os consumidores não veem.
Este é o título de uma reportagem extensa, mas muito bem apurada e com uma edição caprichadíssima, a respeito das condições de trabalho no gigantesco armazém que a Amazon possui em Nova York.
"A cada ano, centenas de milhares de pessoas trabalham em um vasto mecanismo que contrata e monitora, disciplina e despede. Em meio à pandemia, esse sistema, que já era tenso, cambaleou."
Você conhece o Telegram, certo? Mas sabe quem é o cara que comanda o app? Esta espetacular reportagem da Der Spiegel (em inglês) conta:
Pavel Durov, 36, é um bilionário russo que hoje vive em Dubai. Por anos ele viveu como um nômade, viajando com um passaporte da ilha de São Cristóvão e Nevis que ele comprou por US$ 250 mil.
Oficialmente, o escritório do Telegram fica em um andar em uma das Torres Kazim, mas uma recepcionista diz que em três anos nunca viu ninguém ali. Um ex-funcionário descreve o Telegram como um "culto". Como o app não abre à justiça quem são os usuários e muito menos o teor das mensagens que circulam por ali, ele já foi usado por diversos terroristas e ganhou o apelido de Terrorgram.
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A discussão vem ocorrendo há algum tempo: as redes sociais são uma ameaça a regimes democráticos? Biógrafo de Steve Jobs, Einstein e Da Vinci, Walter Isaacson afirma:
“As redes sociais dinamitaram a democracia”. Diz que gente como Jobs, Zuckerberg e Gates "perderam a perspectiva no sentido moral do assunto. Ainda que Jobs de fato acreditasse que as redes sociais tinham esse tipo de perigo. Era muito obsessivo e reservado em relação à sua privacidade. Pensou que eram ferramentas que poderiam se voltar contra. Há uma diferença fundamental entre eles e os pesquisadores de genética. Eles, desde o começo, apresentam os prós e os contras. Isso não se dá no âmbito da tecnologia e da digitalização: os aspectos sociais, culturais, políticos que sua revolução poderia afetar".
Coisas legais por aí
Arlos’s Tunes. Uma playlist da ótima Arlo Parks com 146 músicas. De Otis Redding a Radiohead, de Strokes a Frank Ocean.
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Broken Hearts & Beauty Sleep. Mykki Blanco acaba de soltar este excelente disco, que tem participação de gente como Blood Orange, Hudson Mohawke e Jamila Woods, entre outros. Gostei especialmente de It’s Not My Choice e Summer Fling.
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Pool. Disco do produtor Skee Mask com 18 faixas e quase duas horas de duração. O álbum vai de uma contemplação ambient ao techno mais robusto, em músicas que nunca se rendem a beats óbvios.
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Paranoid. Série britânica em que três policiais investigam a morte de uma médica em um parque infantil. O caso vai ficando cada vez mais complexo e eles têm a ajuda de um “detetive fantasma”. Cenas com o close bem fechado no rosto dos personagens é um atrativo à parte.
Linn da Quebrada - I Míssil
Ótimo funk meio balada que tem produção da Badsista (é impressionante como ela acerta em quase tudo o que faz).
Como o Clash abraçou a cena hip hop de Nova York e lançou a faixa The Magnificent Dance.
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Professor da universidade de Reading e autor do livro No Future: Punk, Politics and British Youth Culture 1976–1984, Matthew Worley está com um curso online gratuito sobre a história do punk entre 1976 e 1978 (em inglês).
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Cinco sambistas da nova geração do carnaval do Rio.
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O NYT lista as 21 melhores séries de comédia (produzidas nos EUA) deste século.
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Uma delIcia: a história oral de O Diabo Veste Prada. (Com a Meryl Streep, a Emily Blunt, o diretor e mais um monte de gente.)
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O Alexandre Matias (do Trabalho Sujo) me chamou para conversar sobre newsletters e jornalismo.
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O Instagram está liberando publicidade no Reels.
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Como são os eventos criados no mundo físico por influencers do Clubhouse.
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A receita da ByteDance, proprietária do TikTok, cresceu 111% em 2020 em relação ao ano anterior. O lucro bateu nos US$ 19 bilhões.
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O fenômeno dos jogos eletrônicos nas periferias.
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Um perfil do J. Kenji López-Alt, um dos principais influenciadores da gastronomia do mundo.
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Uma viagem de navio o trouxe de Portugal a São Paulo em 1957. Poucos anos depois, começou a trabalhar em uma banca de jornal. O dia em que mais vendeu foi no incêndio do edifício Joelma, em 1974. Agora, aos 85 anos, Salvador Neves, o "jornaleiro mais antigo de São Paulo", se despede da profissão.
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Quando uma reportagem é transformada em filme ou série, quem deve ficar com a grana dos direitos: o repórter ou o veículo de comunicação? Já está rolando briga no New York Times.
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A história de João Diamante, baiano que aprendeu a cozinhar quando estava prestando serviço militar (na Marinha), trabalhou com Alain Ducasse e, hoje, comanda um projeto social gastronômico no Rio.
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No papel uma empresa de bicicletas ergométricas equipadas com telas pelas quais é possível participar de aulas coletivas, a Peloton virou "uma marca de conteúdo global a partir de roteiros rigorosos de aulas, promoção astuta de instrutores e parcerias com a indústria do entretenimento". Atualmente tem parcerias com nomes como Beyoncé e Shonda Rhimes.
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Especialistas em oratória dão cinco dicas para falar bem em público (mesmo no formato virtual).
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Em uma arte: as 100 maiores companhias do mundo.
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Por que Bo Burnham e outras personalidades que cresceram com a internet escolheram se afastar do mundo digital. “A Netflix classificou o mais recente especial de Bo Burnham, Inside, como 'comédia', o que é ultrajante porque é claramente o filme de terror do ano. (...) É um pesadelo sobre a internet, uma ferramenta da qual não podemos escapar e que todos parecemos odiar."
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No Artvee dá para pesquisar e baixar centenas de obras de arte que estão em domínio público.
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Great Art Explained: um canal no YouTube que disseca grandes obras de arte em 15 minutos.
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O novo Everything Is a Remix.
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Uma piada: se você rir, você perde.
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Homesick Sounds. (Crie uma combinação de sons que emulam o conforto, e o desconforto, de trabalhar em casa.)