Picaretagens no streaming. E outro caso de livro bombado pelo TikTok
O caso da dupla de artistas acusada de pagar usuários do Spotify para ouvir música; Como o TikTok transformou em best-seller um livro autopublicado de não-ficão; Normcore; e mais, nesta MargeM 237
Se antigamente a gente tinha gravadoras pagando rádios para tocar determinadas músicas (mas vamos ser justos com essa prática chamada jabá: ela ainda está firme e forte em várias rádios do país), em uma época dominada pelas plataformas de streaming ficaram mais sofisticadas as maneiras de impulsionar artificialmente uma faixa.
Por exemplo, pagar usuários de uma plataforma para ouvir uma música. Foi o que fez a sertaneja Digitando, da dupla Gustavo Moura e Rafael, chegar ao topo do Spotify.
A matéria linkada acima, do UOL, explica bem por que uma música consegue virar hit num serviço de streaming. E por que em pouco tempo ela despenca na parada.
Esse tipo de picaretagem rola em todo o mundo. Plataformas de streaming sabem, claro, que esses esquemas fraudulentos pipocam em todos os lugares, por isso afirmam que tomam medidas para combatê-los (e algumas dessas medidas prejudicam inclusive artistas que nunca participaram de esquema nenhum).
Mais:
Há os casos de artistas que ninguém conhece e que têm mais streams do que Britney Spears e Abba.
O Spotify tem uma vantagem competitiva em relação a outras plataformas de streaming de áudio e de vídeo: seus usuários são os menos propensos a cancelar assinatura.
E sobre Netflix, o vice-presidente de conteúdo para a América Latina da companhia disse que “vai chegar o momento de fazer parcerias com a Globo”.
Mais um caso de livro que teve as vendas impulsionadas pelo TikTok: The Shadow Work Journal, de Keyla Shaheen. O interessante são dois pontos: a obra aqui é uma não-ficção que foi publicada sem o apoio de nenhuma editora ou companhia, mas com uma bem-sucedida estratégia de vendas diretas, e o livro fez com que uma pessoa deixasse seu emprego para virar influenciador e coach.
Esta matéria (em inglês) explica:
“Shaheen é talvez a primeira autora de não-ficção autopublicada a se destacar de maneira significativa na plataforma, um feito que ela alcançou ao explorar totalmente seu potencial não apenas para marketing, mas também para vendas diretas.
Sua trajetória impressionante deixou muitos autores e editoras se perguntando se essa fórmula pode ser replicada e como as editoras podem navegar pelo novo ecossistema de varejo online — um mercado em rápida evolução, impulsionado por algoritmos, que ameaça excluí-las completamente.”
Aqui no Brasil, lembro o caso da Aline Bei com O Peso do Pássaro Morto, que empreendeu estratégia parecida (mas o livro era de ficção e havia sido lançado por uma pequena editora).
Na edição passada da MargeM, citei um artigo que afirmava que o Facebook estava em uma "morte lenta".
Bem, a plataforma desenhou um plano para conquistar o coração da Geração Z.
Normcore. Lembra dele?
Em 2014, o termo que surgiu como expressão de moda lá fora se transformou rapidamente em uma tendência cultural. Até mesmo aqui no Brasil. O El País resumia como: “O mais moderno é não ser moderno”. O Globo manchetava: “Conheça o termo da vez entre os fashionistas”. A Vogue resumia assim: “A montação cede espaço para o cool e o confortável”.
Bem, o normcore completa 10 anos. E a efeméride motiva algumas reavaliações, desde entrevista com o trio que formava o coletivo artístico K-Hole e moldou a “atitude normcore” (e a matéria fala bastante sobre como se criam tendências culturais e de moda) até uma “história oral do normcore” feita pela autora do artigo que viralizou e mostrou ao mundo o que era o normcore.
As imagens desta edição da MargeM são de obras de Ebecho Muslimova que estão em expo na Mendes Wood, em São Paulo.
“Não acho que poderei me apresentar do jeito que quero daqui a alguns anos. Quero ser forte.” Esta é Cyndi Lauper, em entrevista. Ela fará uma tour de encerramento de carreira e é tema de documentário que está na programação do In-Edit Brasil.
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