Quando os jovens já nascem influenciadores
Ser influencer e usar as redes como investimento comercial tornou-se algo natural. Restaurantes e TikTok. A maconha aqui e nos EUA. Underworld Mahmundi. E mais, nesta MargeM 209
O que os jovens querem? Ser influenciadores? Bem, talvez muitos não queiram ser influenciadores, mas já nascem como influenciadores. Redes sociais, exposição, a ligação natural com as ferramentas digitais, tem tudo isso.
Não precisam ter dezenas de milhares de seguidores no TikTok - sabem como criar conteúdos atrativos porque cresceram nesse meio, consumindo entretenimento feito com essa linguagem.
Mas o que essa galera está postando no TikTok ou no Instagram? Qualquer coisa: alguma rotina diária, roupas novas. "Tem muita coisa para postar. Os seguidores vêm depois", como diz esta reportagem.
Um trecho: "A Geração Z - definida como o grupo de pessoas nascidas entre 1997 e 2012 - é particularmente fluente nesse tipo de diálogo e está acostumada a pessoas comuns anunciando produtos no YouTube e Instagram. 'Para muitas pessoas da minha faixa etária e criadores da Geração Z que conheço, nós acessamos a câmera e falamos como se estivéssemos no FaceTime com um amigo, o que provavelmente é menos cringe', diz Rachel Aaron, 24 anos.
À medida que pessoas como Rachel Aaron passam tempo no TikTok e em outros sites de mídia social, não é grande coisa para elas agirem como anunciantes. (...) O ponto principal é que qualquer pessoa pode ser um criador e ganhar dinheiro e produtos gratuitos de empresas, que estão ansiosas para trabalhar com jovens e espertos no TikTok, onde pode ser difícil para as marcas se destacarem. De acordo com uma pesquisa do Pew Research do ano passado, mais de 70% das mulheres de 18 a 29 anos nas redes sociais seguem influenciadores ou criadores de conteúdo, e metade delas comprou algo depois de ver as postagens de um influenciador."
O assunto é quente. A Taylor Lorenz, que cobre tech (New York Times, Washington Post), vai publicar, em outubro, um livro exatamente sobre essa questão. O título: Extremamente Online: A História Não Contada sobre a Fama, a Influência e o Poder na Internet.
E, em outra ponta, temos a influência que se constrói por meio de um certo, digamos, sofrimento alheio. Como é o caso das chamadas Medical Moms. São mães de crianças deficientes ou com doenças crônicas que colocam seus filhos no hospital, detalham os medicamentos que tomam e falam sobre suas deficiências – com músicas pop ao fundo dos vídeos. A repórter que foi atrás da história pergunta: é conscientização ou exploração?
Ainda sobre esse ponto, tem gente fazendo lives na cracolândia pra engajar seguidores.
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Herdeiro legítimo de Free Jazz e Tim Festival, o C6 Fest estreia no Rio de Janeiro (nesta quinta) e em São Paulo (sexta). São três dias de shows de nomes bem atraentes de gêneros musicais diversos: a excelente Nubya Garcia (novo jazz), Jon Batiste (jazz, r&b), Mdou Moctar (um rock inclassificável temperado por sons do norte da África), Kraftwerk, Underworld, Juan Atkins e o projeto Model 500, War on Drugs, Dry Cleaning, Arlo Parks. Fora os brasileiros: Juçara Marçal, Kiko Dinucci e outros em homenagem a 1973, Caetano Veloso, Russi Passapusso e Nomade Orquestra etc.
Tudo isso no Vivo Rio e no parque Ibirapuera (SP). Mais infos e ingressos aqui.
O TikTok está realmente mudando como alguns restaurantes lidam com a comida, o ambiente e os frequentadores. Há chefs que testam receitas para encontrar aquela que será o seu "prato viral".
Os donos dos restaurantes sabem que o TikTok (e o Reels do Instagram, além do YouTube) viraram meios decisivos no momento em que muitos jovens vão escolher um lugar para comer. E aí entram truques em que o segredo é colocar "movimento" nos pratos e no atendimento. Aqui, um garçom serve um hambúrguer na mesa, levanta um ovo frito, corta a gema para que ela escorra sobre a carne e serve o sanduíche cortado ao meio para os clientes.
Da reportagem linkada acima: "O objetivo é o excesso; o pecado mais imperdoável das redes sociais para qualquer restaurante é projetar uma imagem de austeridade. O chef Eyal Shani sabe como gerar essa energia particular. Seus restaurantes servem noodles enormes e incentivam os clientes a dançarem nas mesas, acenando com guardanapos brancos sobre suas cabeças enquanto uma música disco toca alto nos alto-falantes."
O principal ativo farmacêutico do CBD será produzido no Brasil, o que pode diminuir o preço final do produto em cerca de 30%.
Nos EUA, dez anos após a legalização do comércio recreativo de maconha por dois estados, "a indústria da droga cresceu exponencialmente. Hoje são mais 20 estados com a droga legalizada e 18 que liberaram seu uso medicinal. Em 2022, esses estados venderam US$ 30 bilhões (R$ 150 bilhões) em cannabis. (...) Mas os números estratosféricos minguam quando comparados às vendas ilegais que ainda florescem nos mesmos estados: US$ 77 bilhões."
Por quê? Segundo especialistas, "o fato de a droga continuar ilegal no âmbito federal empurra os desafios para estados e municipalidades".
Duas entrevistas:
"(A cultura das raves) chegou no Reino Unido em um tempo de repressão política (com os governos conservadores de Margaret Thatcher e John Major). Foi uma maneira de expressar algo diferente do que havia antes, de permitir que as pessoas tomassem suas próprias decisões."
Rick Smith, Underworld.
“Aprendi muito sobre música montando o setup de gringo no Circo Voador, como Miike Snow e Toro Y Moi. Era alucinante ver como eles tiravam aquele som, depois entendi que tinha computador envolvido. Hoje estou feliz em não ter que matar a estética que eu tinha antes e que aquele som delirante não está tão distante de mim.”
Mahmundi.
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Depois de passar por Funhouse, Audio e PanAm, a Shine a Light desembarca no charmoso Cineclube Cortina, no centro de São Paulo, em 26 de maio.
A festa faz aquela boa mistura de sons que junta bandas como Tame Impala, Talking Heads, Yeah Yeah Yeahs, Blondie, Arcade Fire, Pixies, LCD Soundsystem e muita coisa que se encaixa entre o indie rock, a new wave e a disco music.
Já dá pra comprar ingresso – e pelo lote promo.
Festa com música boa num lugar legal? Já deixa reservada a noite do próximo dia 26.
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tudo que eu precisava hoje era essa dica de podcast sobre o nirvana <3