Será o "fim da era das redes sociais"?
Muitas plataformas tentam se aproximar do TikTok e, assim, se afastam do foco social das redes. O poder dos algoritmos. Um ensaio com moradores trans e queer da Amazônia. A série Tokyo Vice. Tudo aqui, na MargeM 186.
Será que chegamos ao "fim da era das redes sociais"?
É o que escreve o Scott Rosenberg, motivado pelas recentes modificações feitas pelo Facebook e que deixam a empresa do Mark Zuckerberg mais parecida com o TikTok.
O TikTok não se considera uma "rede social". A companhia se vende como uma plataforma de vídeos curtos". A principal arma do TikTok, que a fez crescer absurdamente nos últimos dois anos, é o algoritmo For You, que recomenda vídeos de qualquer usuário que tenha uma conta na rede.
Enquanto Instagram, Twitter, Facebook e todas as outras redes sociais foram desenhadas para que o usuário seguisse pessoas que conhecesse ou admirasse, o TikTok apostou em um formato que privilegia as recomendações de seu algoritmo, a partir daquilo que o usuário gosta. E está dando certo.
Não apenas o Facebook, mas também seu irmão menos, o Instagram, também está tentando se aproximar do modelo TikTok. Falamos disso na MargeM passada. A Kylie Jenner publicou post na rede pedindo para o Instagram parar "de tentar ser o TikTok".
Bem, se essa movimentação continuar, o ato de entrar em uma rede para ver o que seus amigos estão fazendo será algo tão distante quanto acessar uma comunidade do Orkut.
E temos também a "era da ansiedade algorítmica".
"Estou na internet há 10 anos e não sei se gosto do que (realmente) gosto ou do que um algoritmo quer que eu goste." Quem diz isso é uma estudante de 23 anos que descobriu ter um problema em relação a compras online.
Diz a reportagem: "Ela passou a ver as recomendações algorítmicas das redes sociais como uma espécie de intrusão psíquica, remodelando sub-repticiamente o que ela vê online e, assim, a compreensão de suas próprias inclinações e gostos."
Mais: "Assediados por recomendações automatizadas, somos deixados para adivinhar exatamente como eles estão nos influenciando, sentindo-nos em alguns momentos mal entendidos ou enganados e em outros momentos cronometrados com precisão assustadora".
Os algoritmos, assim, não apenas te mostram mais do que você quer –eles alteram a percepção de quem você é e do que realmente você quer.
Ainda sobre algoritmos e para entender como eles funcionam e os problemas que carregam: a editora Rua do Sabão lançou por aqui Algoritmos da Opressão, livro de Safiya Umoja Noble que revela como os mecanismos da internet incorporam o racismo e outros preconceitos.
Nunca tinha ouvido falar em Daniil e David Liberman, irmãos que têm 39 e 38 anos, respectivamente, até ler esta reportagem. Filhos de dois cientistas soviéticos, sabem muito de programação e criaram algumas startups.
Atualmente, o principal projeto dos dois é, no mínimo, controverso e inusitado: ao lado de duas irmãs, estão vendendo a si próprios como investimento de risco.
"Eles criaram uma entidade chamada Libermans Co. Ela detêm toda a renda de seus empreendimentos; quaisquer dívidas, ativos e lucros que possam obter; e quaisquer investimentos que possam fazer ou companhias que possam iniciar nos próximos 30 anos. Eles reuniram todos esses elementos e (...) venderam participações a investidores em todo o seu futuro financeiro. Até agora, os Libermans negociaram cerca de 3% de seus futuros, que os investidores avaliaram em US$ 400 milhões, ou cerca de US$ 100 milhões por cada Liberman. Eles estão conversando com a Securities and Exchange Commission (órgão regulador dos EUA) para listarem a si próprios no mercado de ações, o que esperam fazer até 2023."
Soa como uma maluquice, como muita coisa que vem do Vale do Silício. E alguns detalhes que a reportagem nos conta sobre Daniil e David:
- Como engenheiros no Snapchat, ajudaram a impulsionar a área de realidade aumentada da empresa e, por tabela, levantaram a rede do chão;
- Dirigem um Tesla modelo Y com a placa LIBRMN;
- Atendem mensagens, telefonemas e convites do Zoom como se fossem uma única pessoa;
- O maior tempo em que estiveram longe um do outro foram 20 dias (por um problema de passaporte).
Já viu Tokyo Vice? Série espertíssima que tem todos os oito episódios da primeira temporada já na HBO Max. O primeiro desses eps é dirigido pelo Michael Mann (de filmes como Colateral e Heat, entre várias outras joias; aqui, um perfil-entrevista).
A história envolve um jovem jornalista, a Yakuza e personagens do underground da capital japonesa em um thriller visualmente bem estiloso.
A imagem acima e as outras duas desta newsletter são de Daniel Jack Lyons, que foi à Amazônia para retratar pessoas trans e queer que vivem na região. O resultado está no livro Like a River.
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Pra muita gente jovem, Instagram e TikTok são o novo Google.
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