Turnês musicais desenhadas para as redes; e o ChatGPT, claro
Influenciadores que preferem manter o emprego; o renascimento da Barnes & Noble; e mais, nesta MargeM 205
As redes sociais estão transformando o entretenimento ao vivo, sabemos. Veja o caso da música, por exemplo, em que turnês são visualmente desenhadas para serem bem transportadas para Instagram e TikTok.
“Tobias Rylander, que projetou a turnê da banda 1975, diz que está sempre tentando montar 'um show que seja lido bem nas redes sociais'. Ao longo de seu tempo trabalhando com a banda na última década, ele diz, seus designs se tornaram cada vez mais 'prontos para o Instagram' – a turnê anterior da banda, por exemplo, apresentava telas verticais, 'para que as pessoas pudessem realmente segurar seus telefones da maneira que quisessem, e tirar lindas fotos'.
Rylander ainda diz que tenta projetar shows 'para que qualquer fã que pesquise o show no Google ou no YouTube possa dizer, pela cor do thumbnail, de que ano ele é e qual era a música'.”
Outro trecho:
“LeRoy Bennett, um designer de iluminação e produção que trabalha com Lady Gaga, Paul McCartney, Ariana Grande e The Weeknd, diz que ele e Gaga estavam 'absolutamente' pensando nas mídias sociais ao projetar (a turnê) Chromatica Ball. 'Adoto bastante essa abordagem porque a mídia social se tornou uma grande parte do mundo', diz ele.
Ao conceituar o Chromatica Ball, Bennett foi atraído para o mundo 'rígido, forte e severo' da arquitetura brutalista; o show resultante apresentava um conjunto de cinza dramático brilhante o suficiente para ser perfeitamente capturado para as redes sociais e neutro o suficiente para as roupas estranhas de Gaga ficarem em destaque.
'As pessoas que estão atrás precisam ver o artista – então, quando você ilumina um artista, precisa fazer o que faria para um programa de televisão', diz. 'É uma combinação de teatro e TV, show de rock e show pop. Ele se encaixa na atmosfera amigável das redes sociais'.”
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E o TikTok pretende abocanhar ainda mais mercado de vídeo. A plataforma acaba de fechar acordo com a Vevo em que esta última vai "criar e desenvolver o Trending on TikTok, um novo programa semanal que reunirá clipes das principais tendências do TikTok, juntamente com clipes dos criadores que utilizam essas músicas".
A ação vai estar inicialmente disponível nos EUA, Canadá, México e Brasil.
Virar um influenciador, passar a ganhar uma grana e, assim, deixar o emprego. É o caminho? Não mais: há muitos influencers que, mesmo com muitos seguidores nas redes, preferem continuar com o trabalho tradicional.
Meu assunto preferido nas últimas semanas é o ChatGPT. Porque essa ferramenta alimentada por inteligência artificial é tão impressionante quanto assustadora. Estamos falando dela há algum tempo aqui na MargeM.
O que apareceu sobre o ChatGPT (e outras IAs) nesses dias:
- Hackers estão usando o ChatGPT para escrever códigos maliciosos.
- "Alunos e professores da cidade de Nova York não podem mais acessar o ChatGPT em dispositivos do departamento de educação ou redes de internet".
- Um estudante desenvolveu um app que pode detectar se um ensaio ou trabalho escolar foi escrito pelo ChatGPT.
- A Microsoft vai usar o ChatGPT não apenas dentro do seu buscador, o Bing, para tentar apresentar aos usuários respostas mais "inteligentes", mas também no Word, Outlook, Powerpoint e outros programas.
- Outro robô, um robô-advogado, vai protagonizar o primeiro caso de defesa de um cliente em um tribunal. A pessoa está sendo processada por dirigir em alta velocidade.
- Uma empresa fundada por dois engenheiros ex-Google criou um robô que consegue conversar como se fosse qualquer personalidade: de um filósofo alemão já morto a Elon Musk, de Shakespeare a Billie Eilish.
- "A 'Consciência' em robôs já foi um tabu. Agora, a busca pela consciência artificial pode ser o próximo objetivo da humanidade. Mas vem com uma série de perguntas difíceis."
- "Se as IAs conseguem desenhar e escrever, qual será o futuro dos artistas?"
As imagens desta newsletter são de Jono Terry, fotógrafo do Zimbábue. Aqui e aqui.
"Se você consegue escrever começos e fins, pode ganhar uma boa vida como escritor. Se você escrever meios, ganha Pulitzers e Prêmios Nobel e outras coisas. Mas com começos e fins, você vai se dar bem."
James Patterson, escritor best-seller que trabalha em 31 livros ao mesmo tempo.
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"As plataformas digitais estão passando por dificuldades, enquanto uma livraria de 136 anos está crescendo novamente. Por quê?" O renascimento da Barnes & Noble.
(A reviravolta da Barnes & Noble é fascinante por alguns motivos, mas destaco um: o executivo que levantou a companhia é, simplesmente, um cara que adora livros. E que se recusou a topar acordos que são praxe nesse mercado, como os pagamentos que livrarias recebem de editoras para colocar determinados livros em destaque.)
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Um novo site está rastreando os salários da indústria de tecnologia dos EUA.
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Ainda não temos direito nem carros que andam sem motorista e uma empresa canadense lançou um carrinho de bebê que anda e freia sozinho. (Como disse este cara, "Só anda sem motorista quando está vazio, então só pode machucar os filhos de outras pessoas".)
Uma pista de skate com vista para o Coliseu de Roma.
Consegue desenhar um círculo perfeito?