E o influencer que vale R$ 8 bilhões?
Esta é a Margem 196. Influenciadores e celebridades estão se comportando como marcas. O evento de música e arte Ray-Ban Ocupa. A nova série Beat Diaspora. Bjork fala que “esperança é um músculo”. O TikTok comendo a internet. E mais.
Já estamos acostumados a medir o valor de empresas. A Apple, por exemplo, é a mais valiosa do mundo. A segunda é a Saudi Aramco. Mas e quanto vale um influenciador ou uma celebridade?
Bem, já vamos nos acostumar com esse tipo de avaliação. Veja o caso do MrBeast, um dos mais populares youtubers do planeta. Ele abriu uma rodada de investimentos em que está atrás de US$ 150 milhões. Com essa grana, o valor de mercado dele já bate em US$ 1,5 bilhão (quase R$ 8 bilhões).
Mais do que youtuber (ou influenciador, ou celebridade), MrBeast passou a atuar como uma marca.
Isso está rolando nos EUA, na Índia e, claro, no Brasil. Aqui, um dos maiores influenciadores da música, o Konrad Dantas, mais conhecido por KondZilla, entendeu esse novo cenário e está expandindo os seus negócios – ou, melhor, a sua marca. Recentemente, abriu uma linha de produtos de maquiagem. Um dos principais exemplos de celebridades-são-as-novas-marcas é a Rihanna. Seu patrimônio é avaliado em US$ 1,7 bilhão, muito disso gerado pelas suas investidas em moda e em cosméticos – só a Fenty Beauty, hoje, está valendo US$ 2,8 bilhões.
Rihanna virou uma marca – a música é apenas um dos braços do seu negócio.
Voltando ao MrBeast. O cara tem mais de 107 milhões de inscritos no seu canal do YouTube, criado há dez anos. Seus vídeos já abocanharam mais de 17 bilhões de visualizações. Aproveitou sua popularidade (e a conexão que criou com os milhões de fãs), para expandir seus negócios – e tornou o MrBeast uma marca.
Lançou uma entrega de hambúrgueres por delivery que se tornou um sucesso de vendas. Em setembro, abriu a primeira loja física, em New Jersey – e atraiu milhares de pessoas. Pouco antes, havia criado uma marca de doces, a Feastables.
Com a nova rodada de investimentos, MrBeast pode ganhar ainda mais fôlego para criar produtos e serviços. Claro, nada é certeza de sucesso. O modelo de negócio dele vai se segurar por muito tempo? Há dúvidas. MrBeast tem canais popularíssimos (inclusive para o público que fala espanhol), mas ele gasta muito dinheiro: cerca de US$ 8 milhões por mês em vídeos e na promoção dos seus negócios.
MrBeast está apostando na comunidade engajada que criou em torno de si. Algo muito valioso para qualquer marca. Resta saber se ele vai transformar esse engajamento e essa montanha de dinheiro que quer captar em ações que façam a marca MrBeast ser um negócio sustentável a longo prazo.
Nota patrocinada
Em uma reunião de arte, música pop e cultura, a Ray-Ban apresenta novamente em São Paulo o imersivo Ray-Ban Ocupa, evento que será realizado nos dias 3 e 4 de dezembro, no inimitável Teatro Oficina. A cantora Gloria Groove é a primeira atração musical confirmada.
Para esta segunda edição, o Ray-Ban Ocupa ampliou suas experiências para incentivar a autenticidade e criar momentos de conexão. E dá para participar do evento por meio da promoção Ray-Ban Ocupa.
Quem comprar qualquer modelo Ray-Ban de óculos de sol ou óculos graduados nas lojas participantes deve cadastrar os dados da fatura no site da campanha. Para cada produto cadastrado, a pessoa receberá um número da sorte para concorrer:
- Ingresso (com acompanhante) para o Ray-Ban Ocupa;
- Um par de ingressos para um festival que acontecerá em São Paulo em 2023;
- Um par de ingressos para um dos dias de um festival que acontecerá na Califórnia (EUA) em 2023, incluindo passagem aérea e hotel (também para acompanhante);
- Vários prêmios instantâneos (que incluem fones de ouvido e alto-falantes).
A data final para participar é 18 de novembro. O regulamento e demais informações estão no site da promoção.
Esta nota acima é a primeira ação publicitária aqui da MargeM. É o início de uma nova fase da newsletter, em que teremos conteúdos patrocinados por marcas. Por quê? Porque espero que, com a eventual grana que entrar, eu consiga dedicar um tempo decente para escrever esta newsletter e torná-la ainda melhor.
A intenção é trazer para cá apenas notas sobre ações e produtos que tenham a ver com a MargeM. O email para infos e formatos: margemnewsletter@gmail.com.
Uma minissérie que tenta entender como a música negra de raiz africana está influenciando diferentes estilos que pipocam pelo mundo. Esta é Beat Diaspora, uma produção caprichada que envolve YouTube Originals, a produtora MyMamma e o canal KondZilla.
A temporada tem seis episódios, cada um em uma cidade diferente. O primeiro é em São Paulo e tem o funk como tema. Depois, Recife (tema: brega funk), San Juan - Porto Rico (reggaeton), Kingston - Jamaica (dancehall), Salvador (Bahia eletrônica) e Lagos - Nigéria (afrobeats).
O primeiro ep já está no ar (e aqui abaixo). Os outros entrarão semanalmente. Eu conversei com o Coy Freitas, o cara que criou a série e correu atrás para que ela virasse realidade (a curadoria ficou com a dupla Dago Donato e Chico Dub).
MargeM - Por que essas seis foram as cidades escolhidas para a série? Vocês chegaram a fazer uma lista com possíveis candidatas?
Coy Freitas - Começamos a série pensando em 13 episódios. Por adequação de orçamento e estratégia, fechamos em seis, sendo três em cidades brasileiras e três gringas. Mas já temos 24 gêneros mapeados. Escolhemos essas seis por alguns motivos. Vai ser exibida no canal do KondZilla, então seria ótimo termos um episódio sobre o funk. Aí pensamos também no brega funk de Recife e na cena eletrônica de Salvador, que é talvez a cidade mais preta fora da África. Trouxemos o reggaeton porque é o gênero mais ouvido do mundo. O dancehall por ser já bem antigo e o afrobeats porque é algo muito grande no mundo hoje. Mas temos mapeadas cidades da África do Sul, de Angola, Londres, New Orleans, Chicago, a cumbia digital colombiana, a soca (de Trinidad e Tobago), o dembow (da República Dominicana). Então dá para ir longe com a série em futuras temporadas.
MargeM - No episódio inicial, que há uma preocupação em mostrar não apenas o contexto estético da música, mas também como vivem e atuam as comunidades no entorno dessas cenas. É isso mesmo?
Coy Freitas - A música é o eixo central. Também a importância da dança para esses gêneros. O contexto socioeconômico, político e comportamental não pode ser dissociado dessas cenas. A música é uma ferramenta de transformação social. E os episódios mostram isso, as sociedades afro-diaspóricas espalhadas por comunidades do mundo.
MargeM - A partir das suas pesquisas e das viagens que fez, pensa que existe algo ou coisas em comum que unem essas seis cidades/cenas?
Coy Freitas - Sim, vimos o quanto as comunidades afro-diaspóricas sofrem com a desigualdade no mundo. Em todos os episódios, vemos a beleza a partir do caos, do abandono, da falta de oportunidades. A música nasce nesses lugares como uma necessidade de expressão, e com uma baita criatividade, mesmo com poucos recursos, essas pessoas conseguem redefinir esteticamente o pop global. A série cria essas pontes, mostra as semelhanças e algumas diferenças entre esses lugares. Porque tudo vem da mesma raiz.
A pergunta: Como vocês equilibram otimismo e pessimismo?
Bjork: "Acabei de lançar uma faixa (Atopos, que está no novo disco) onde eu repito 'Esperança é um músculo, Esperança é um músculo'. É algo que você precisa trabalhar, não cai do céu. Como mãe de dois filhos, é natural para mim pensar dessa maneira, porque quando você está criando filhos, você tem de ter algum senso de continuidade – um lugar para onde ir em 20 anos, 40 anos, 60 anos".
Trecho de uma conversa entre Bjork e Greta Thunberg.
Esta edição da MargeM está bem, digamos, eletrônica. Ouvi nesses dias dois sets excelentes:
este, do brasileiro RHR para a Rinse francesa, com beats techno bem quebrados;
e este, do inglês Daniel Avery, que cai muito bem numa pista.
O TikTok está comendo a internet.
É o que diz esta excelente reportagem a respeito da rápida ascensão deste app que, como já bastante comentado aqui na MargeM, é mais uma plataforma digital de entretenimento do que uma rede social propriamente dita.
“Se você ainda não usa o TikTok, está rapidamente se tornando uma exceção global.” Não é exagero: “O site do TikTok foi visitado no ano passado com mais frequência do que o Google. Nenhum aplicativo ultrapassou o bilhão de usuários mais rapidamente, e mais de 100 milhões deles estão nos EUA, cerca de um terço da população do país. O espectador americano médio assiste ao TikTok por 80 minutos por dia – mais do que o tempo gasto no Facebook e no Instagram juntos”.
Um pesquisador resume: “Não estamos falando de um aplicativo de dança. Estamos falando de uma plataforma que está moldando como toda uma geração está aprendendo a compreender o mundo”.
Vale muito ler a matéria para entender o que é o TikTok e as duas maiores fontes de preocupação: a conexão com o aparato estatal chinês; a capacidade de viralizar muito um conteúdo do dia para a noite e como isso afeta a saúde mental dos usuários.
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Ainda sou a exceção ao Tiktok. Mas minha mãe, que mal usa o whatsapp direito, me manda um link de algum vídeo do Tiktok, dia sim e dia também.