Os influenciadores do Spotify; psicodélicos no Vale do Silício
Criadores bombam playlists no Spotify (e ganham uma grana); o uso de psicodélicos pelos poderosos das Big Techs; as marcas querem estar em The Bear; e mais, nesta MargeM 215
O Spotify se apoia em seu algoritmo para criar e organizar playlists baseadas em gêneros musicais, ou feitas especialmente para um momento ou sentimento específico. Funcionou por anos. Mas o toque humano, parece, está fazendo falta.
Criadores e influenciadores presentes em outras redes (TikTok, Instagram) acharam um nicho: para eles, playlists automatizadas, como Descobertas da Semana, perderam o apelo que já ostentaram. No cenário atual, YouTube, TikTok e as rádios (online ou não) colocam-se como os principais pontos de descoberta de música.
Essas personalidades, então, começaram a usar vídeos no TikTok, no Instagram, no Youtube etc. para direcionar os seguidores para seus perfis no Spotify e bombar suas playlists - muitas vezes, ganhando dinheiro nisso.
"O conteúdo que Kelsie Herzog (influencer do Spotify e criadora no TikTok) fazia envolvia lançamentos, coleção de vinis e recomendações específicas para determinados gêneros musicais, mas então ela passou a focar em curadorias, divulgando suas playlists públicas; ela até criou um Patreon no qual fãs podiam pagar para que ela fizesse playlists personalizadas. 'No início, pensei: Será que as pessoas vão pagar por isso? Parecia tão bizarro pra mim.' Mas virou algo comum para ela, que já fez mais de 1.300 playlists."
Herzog conversa com os interessados para saber o que eles desejam e cria uma playlist com 45 faixas. Cobra por isso entre US$ 15 e US$ 20. Ela também faz playlists "secretas", e quem quiser ouvir paga US$ 5 por mês.
Ela avalia que os influenciadores "preenchem uma lacuna evidente do Spotify. 'A (playlist) Discover Weekly, por exemplo, eu a recebo toda semana. Mas não me sinto tão especial ao ouvi-la', diz ela. 'Mas quando você ouve outra playlist feita por um ser humano real, é como se fosse: Ah, isso é realmente legal'."
Falando em Spotify, esta reportagem entrevista vários profissionais envolvidos na cadeia de shows para tentar decifrar por que tantas bandas antes adormecidas acordaram para fazer turnês pelo mundo. Há várias razões, uma delas: por causa das redes sociais, muitas bandas ficaram bem mais populares do que na época em que estavam ativas.
“Elon Musk usa ketamina. Sergey Brin às vezes desfruta de cogumelos mágicos. Executivos da empresa de capital de risco Founders Fund, conhecida por seus investimentos na SpaceX e no Facebook, promoveram festas em que incluíram substâncias psicodélicas.”
Este é o primeiro parágrafo desta ótima reportagem que descortina o uso de substâncias que alteram a mente por muitos poderosos do Silicon Valley. Não é exatamente uma grande surpresa – a novidade é o fato de um jornal como o Wall Street Journal escancarar isso de forma tão eloquente (o título da matéria: “Cogumelos mágicos. LSD. Ketamina. As drogas que impulsionam o Vale do Silício”).
Muitas dessas pessoas usam por diversão. Outras, tomam microdoses para auxiliar no foco e aumentar a produtividade. Musk disse depois que toma doses pequenas de ketamina para tratar depressão.
Dois pontos sobre tudo isso: a lavação de roupa suja comprova que nem todos são iguais perantge os psicodélicos. Se Musk e Brin são alvos apenas de tiração de sarro nas redes, profissionais menos poderosos perdem o emprego se o uso de drogas vira assunto público. Will Patterson, que era CEO da CareRev (apelidada de “Uber para enfermeiras”), tomava microdoses de LSD. Foi pra rua.
Felizmente estamos em um momento em que estuda-se com seriedade os efeitos do uso de psicoativos como MDMA, LSD, psilocibina (presente em cogumelos) etc. Muita gente boa está pesquisando e escrevendo sobre essas pesquisas. Como o Marcelo Leite, que tem esta coluna na Folha e já conversou com a MargeM sobre seu livro, Psiconautas. Ou o perfil Cannabis Hoje. Tem outros, claro. Sabe de mais algum? Me manda por email e eu coloco na próxima edição da MargeM.
Já falamos bastante de The Bear aqui na MargeM. E vamos falar mais, claro, porque a série merece.
O Star+ já colocou no ar (lá fora, não aqui no Brasil) a segunda temporada do programa. Um dos efeitos colaterais do sucesso da primeira temporada foi o apetite de diversas marcas para aparecer na história que envolve um restaurante e as pessoas que trabalham ali.
"Depois de receber consultas de mais de 40 anunciantes diferentes após a primeira temporada do programa, a Disney (dona do Star+) encontrou maneiras de inserir publicidade na receita do programa." Assim, 12 empresas, incluindo Coca-Cola e Stella Artois, têm seus produtos colocados cuidadosamente em algumas cenas.
Está atrás de um filme leve e divertido? Se você assina a Netflix, veja o italiano Já Era Hora.
Lembra longas como Feitiço do Tempo (o clássico com Bill Murray) e Palm Springs (com Andy Samberg), em que algum personagem fica preso em um mesmo dia ou situação. Mas, aqui, o protagonista dorme no seu aniversário de 40 anos e, no dia seguinte, acorda no dia do seu aniversário de 41 anos. E, no dia seguinte, acorda no dia do aniversário de 42 anos. E assim ele segue, sem entender bem as mudanças que rolam no trabalho e na família.
As imagens desta newsletter são do fotógrafo Bastiaan Woudt e estão nesta expo.
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