Venda de direitos de vídeos invade o entretenimento
Youtubers estão sendo procurados por startups para vender o direito de seus vídeos. Qual é o segredo do sucesso do TikTok? O excelente filme O Desconhecido. E mais, nesta MargeM 202.
Láááá em agosto de 2020, a MargeM noticiou que estava crescendo uma nova modalidade de negócio: a compra do catálogo de artistas da música. O principal ator era uma empresa chamada Hipgnosis.
Desde então, esse mercado ficou cada vez mais quente. Bob Dylan, Justin Timberlake, Sting, David Bowie, Shakira, Neil Young e vários outros popstars já venderam o direito de suas canções por vários milhões de dólares.
À época, Merck Mercuriadis, da Hipgnosis, justificou o apetite da empresa: "Música é tão boa ou melhor do que ouro ou petróleo".
A compra de catálogo está se expandindo no entretenimento. O alvo da vez: youtubers.
Startups (algumas delas financiadas por gigantes como o SoftBank) estão oferecendo "quantias em dinheiro em troca das futuras vendas de publicidade geradas pelos vídeos antigos de criadores do YouTube, fechando acordos que podem se estender por até cinco anos".
Um detalhe: alguns acordos "exigem que os criadores produzam vídeos em uma programação consistente ou correm o risco de sofrer penalidades".
Estima-se que o YouTube vá faturar US$ 29,5 bilhões com publicidade neste ano. A plataforma chega a passar 55% do que arrecada com uma publicidade em um vídeo ao criador do conteúdo.
A matéria mostra que alguns criadores recusaram propostas. Outros toparam. Um deles usou parte da grana para comprar casas em que filma seus vídeos.
NOTA PATROCINADA
Um site que chegou para valorizar a cultura em todos os seus aspectos e que não se orienta apenas por cliques. Este é o Culturize-se, que entrou no ar no dia 12 de dezembro.
É um projeto que deve se estabelecer por meio de vários modelos de negócio, todos no âmbito digital. "Eles fazem parte de soluções de design thinking a partir de problemáticas dos mercados em que foram concebidos. Esses micro-projetos agrupados foram apresentados a rodas de investidores na busca de financiamento, e temos três fundos como parceiros", conta Reinaldo Glioche, diretor de Conteúdo do Culturize-se.
O site pretende publicar reportagens de fôlego para investigar e analisar o setor como um todo e cobrir eventos dos diversos segmentos culturais, como teatro, cinema, música, televisão, literatura etc.
Entre as reportagens e matérias já publicadas, estão:
- Depois de “apagão” sob Bolsonaro, setor cultural busca renascimento.
- Tecnologia emancipa museu do futuro e muda nossa relação com a História.
- Curiosidades sobre Avatar - O Caminho da Água.
- Vai ter baixa cultura, sim!
Para ações e notas patrocinadas na MargeM,
envie email para margemnewsletter@gmail.com.
O TikTok é assunto constante desta newsletter. Não porque eu adore ou seja um usuário bem ativo dessa plataforma, mas porque muito da cultura digital e pop de hoje passa por ali e é moldada pela dinâmica de seu funcionamento.
Vimos isso na edição da semana passada, em relação à música. Um tempo atrás, falamos sobre como o TikTok e a sua arquitetura que privilegia as recomendações do algoritmo (e não as pessoas que o usuário segue) podem significar o "fim da era das redes sociais".
E aí encontrei este excelente artigo em que um pesquisador vai na contramão do que todo mundo está falando: o sucesso do TikTok, diz ele, não está no seu algoritmo (outras redes teriam algoritmos tão poderosos e eficientes quanto), mas em como a plataforma foi desenhada.
Quando você não gosta de um vídeo no TikTok, apenas desliza o dedo e ele rapidamente vai embora. No YouTube Shorts, por exemplo, esse processo é mais perceptível, por isso a impressão de que o algoritmo do TikTok acerta mais.
Outro ponto: o TikTok já nasceu com vídeos verticais e com o algoritmo privilegiando recomendações, e não seguidores. Ao entrar na plataforma, os usuários desde o início ficam condicionados a esse formato. Para outras redes, é um processo muito mais difícil e turbulento convencer seus usuários a se adaptar a outros formatos (o Instagram foi criado para proporcionar um tipo de experiência ao usuário; ao tentar mudar essa dinâmica, os usuários estranham).
Não é só isso. O autor aponta mais coisas no artigo (em inglês).
"Descolorir o cabelo é uma afirmação de rebeldia, empoderamento e liberdade diante de qualquer estrutura discreta e indiscreta de aprisionamento do corpo negro. É desafiar a estrutura racista que rege o país.
É mais uma coisa que não 'devíamos' ter: cabelo loiro. Aí isso vira símbolo de todas as coisas que foram negadas: nossos próprios corpos, autoestima, vaidade, dinheiro.
Não é à toa que essa estética tá no futebol, na música, no tráfico, e agora na arte contemporânea. São formas de ascensão para juventude preta, formas de autonomia, de insubserviência."
Trecho de texto de Maxwell Alexandre a respeito da polêmica sobre jogadores com cabelo descolorido.
O Desconhecido é um thriller psicológico que entrou há pouco tempo na Netflix e diferente de 99% do que é está nas plataformas de streaming.
Em um ônibus em um lugar qualquer da Austrália, um ex-presidiário, Henry, encontra um sujeito aparentemente ao acaso. Recebe o convite para participar de uma ação criminosa. Pouco depois, entra em cena Mark, um policial que está infiltrado no grupo. E a história, inspirada no caso real do desaparecimento de um adolescente, se desenrola a partir daí.
Logo na primeira cena, no ônibus, a fotografia seca, que foca nos personagens mais do que no ambiente, entrega o que vamos encarar. O roteiro não traz truques nem se apoia em adrenalina – o tom é de angústia e tensão.
As imagens desta newsletter estão no livro Collage: Women of the Prix Pictet Since 2008.
Com as comunicações no trabalho estão cada vez mais online, o "uso de emojis, gírias e pontuação pela Geração Z está confundindo os colegas mais velhos".
No Canadá, pais processam a Epic Games com a alegação de que os filhos não comem ou tomam banho porque são viciados em Fortnite.
Para captar a atenção das pessoas, o céu definitivamente não é um limite para as marcas. (Com a ajuda de drones, chegou o "skyvertising".)
O final de White Lotus explicado.
João Paulo Cuenca já responde a 144 ações movidas por pastores da Universal, e MPF convoca audiência.
Fernanda Torres, Sidarta Ribeiro e outras personalidades listam seu livro favorito de 2022.
Revista Rolling Stone Brasil aposta em produtos licenciados, experiências, curadoria e personalização.
Galvão Bueno usa Copa para virar influencer e supera até a Globo na web.
Gelo "chique" custa até R$ 3 por pedra e pode ter folha de ouro comestível.
Os países que pagam mais e menos por um Lego. (Spoiler: o mais barato é a Bélgica, e o mais caro, a Argentina.)
Cinco dicas para ser mais paciente.
Sempre tentando entender o Tik Tok sem fazer parte dele. Sem essa newsletter seria impossível. Obrigada.